"Operação Angola: Fugir para Lutar", realizada por Diana Andringa, é transmitida nos dias 5 e 6, às 21.40 horas.
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No próximo fim de semana, a RTP2 oferece-se para o teletransportar até 1961. Nesse ano, cerca de 60 estudantes das então colónias portuguesas, entre os quais os ex-presidentes de Cabo Verde e Moçambique - Pedro Pires e Joaquim Chissano - e os ex-primeiros-ministros de Angola e Moçambique - Fernando Van Dunem e Pascoal Mocumbi - fugiram clandestinamente de Portugal para poderem escapar à repressão da PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado), evitar a mobilização militar e juntar-se aos movimentos de libertação.
Esta história é-nos contada ao pormenor em "Operação Angola: Fugir para Lutar", uma série documental de dois episódios (com a duração de 60 minutos cada) que o canal transmitirá nos próximos dias 5 e 6 de dezembro, pelas 21.40 horas. A escrita e realização estiveram a cargo de Diana Andringa, jornalista portuguesa de 68 anos, nascida em Angola.
O documentário conta como a fuga coletiva dos 60 estudantes foi orquestrada com o apoio do Conselho Mundial das Igrejas e com a participação ativa de uma organização ecuménica radicada em França, com o nome de CLIMADE. Foi esta instituição que instruiu vários jovens protestantes norte-americanos a conduzir os fugitivos, oriundos de Lisboa, Coimbra e Porto, para França, atravessando o território da Espanha franquista, onde chegaram a ser detidos.
Para esta viagem temporal, a profissional da estação pública contou com a colaboração de dois desses protestantes norte-americanos - Charles Roy Harper (mais conhecido como Chuck) e Bill Nottingham - e com o angolano Miguel Hurst, ator e filho de um dos casais participantes na fuga. Operação Angola inclui ainda várias descrições detalhadas feitas pelos fugitivos, em entrevistas realizadas em 2011, em Cabo Verde.
Esta produção teve o apoio do ICA (Instituto de Cinema e do Audiovisual), da Fundação Portugal-África e da Câmara Municipal de Lisboa.