Rui Rio "tira a política" da decisão judicial sobre o processo de Manuel Vicente
"É uma matéria do foro judicial e que o poder político não tem qualquer responsabilidade", disse esta sexta-feira Rui Rio, em Beja, comentando a decisão do Tribunal da Relação de Lisboa que decidiu enviar para Angola o processo de Manuel Vicente, envolvido na acusação da Operação Fizz.
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O presidente do PSD falava aos jornalistas à saída da Câmara de Beja, onde apresentou cumprimentos aos autarcas no início de uma visita de dois dias à cidade, no âmbito das comemorações do 44.º aniversário do partido que decorre, no sábado, na capital baixo-alentejana.
Rio acrescentou que esta decisão "vai normalizar as relações entre Portugal e Angola. Era mau para os dois países, o arrastamento desta questão", defendeu, descartando qualquer intromissão dos políticos na decisão dos juízes.
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Quando questionado sobre o pedido de demissão do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, feito esta manhã pelo PSD no Parlamento, o líder social-democrata não quis comentar "sem primeiro visitar o Hospital de Beja", o que vai ocorrer ainda durante a manhã desta sexta-feira.
Quanto ao sigilo bancário, Rui Rio defende: "é preciso deixarmo-nos de hipocrisias, o que pedimos é o conhecimento das entidades e pessoas que ficaram a dever à Caixa, que ficaram em incumprimento... ponto. O queremos saber é quem são os que não pagaram, haverá uma leitura abusiva daquilo que o partido pediu", justificou.
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"Pessoalmente considero que o sigilo bancário é fundamental. Quem não quer que se saiba? Todos aqueles que concederam os créditos e o PS, BE e PCP", disse, considerando que a posição destes três partidos "é um enigma, já que estão sempre a inviabilizar de forma incompreensível. Qual é o problema deles (PS, BE e PCP) em se saber quem são os grandes devedores?".
Quando questionado sobre o estado da justiça, o líder do PSD afirmou que "o problema da justiça é de tal ordem complexo que é preciso um esforço de toda a sociedade", acrescentando que a mudança do sistema "pode ou não passar por uma revisão da Constituição", deixando a acusação de que "a justiça tem muitos problemas, desde as instalações, à fraca gestão judicial e à fraca qualidade das leis".
Quando questionado sobre o facto de o F.C. Porto ser recebido no sábado na Câmara do Porto, volvidos 19 anos, Rui Rio justificou: "vou continua a dizer sobre isso o que sempre disse, não falo sobre a Câmara do Porto. Faço assim desde que deixei o lugar". À pergunta se teme que possa surgir na cidade invicta um movimento anti-Rio que possa prejudicar o PSD nas Eleições Legislativas, deu uma sonora gargalhada e não comentou.