O porta-voz do Livre escolheu a cidade onde nasceu o partido, a 31 de janeiro de 2013, para finalizar a campanha eleitoral. O momento coincidiu com a Marcha Feminista que cumpre o Dia Internaional da Mulher.
Corpo do artigo
A chuva deu tréguas, mas o frio manteve-se na praça dos Poveiros, no Porto, onde Rui Tavares marcou presença para escrever o ponto final na campanha eleitoral das legislativas. Esta sexta-feira, o dia foi dedicado às mulheres e foi a elas que o porta-voz do Livre dedicou o último parágrafo das investidas ao voto.
Enlaçado por um cachecol cinzento e um casaco bege, Tavares deixou-se contagiar pelos sorrisos da juventude que se ia chegando ao seu ouvido para, num dos casos, libertar um "gosto muito de si". O candidato ao lugar de primeiro-ministro de Portugal devolvia sorrisos largos e perguntava o que faziam da vida.
Irina, estudante de Sociologia, de 23 anos, do Porto, agarrada pela amiga no braço, manifestou apoio a Rui Tavares, elogiando o lado intelectual do candidato. "Eu percebo-o muito bem. Também sou assim. Dizem que o senhor é intelectual e eu acho isso muito fixe", partilhou, desagasalhando a vergonha. "Se não fôssemos inteletuais, não seríamos humanos", respondeu Rui. "Muita sorte". "Ora, muito obrigada".
Mais uma roda e mais três meninas pediram um beijinho, entre pingos de chuva que, entretanto, reapareciam. Estão no 11.º ano e querem seguir Bioquímica. Mais uma roda e surgiu Beatriz só para dar mais um beijinho e dizer que admira muito o senhor "que percebe de História".
A comitiva do Livre fez um telhado de guarda-chuva e assim protegeu as palavras do porta-voz aos jornalistas sobre o sentimento de alma para o dia do voto: "É uma eleição na qual nós temos direitos em jogo, inclusive os direitos das mulheres também, e onde o nosso contrato democrático também está em jogo, porque vemos que há forças extremistas que pretendem colocar o próprio tecido de concórdia, de democracia, de tolerância do nosso país em jogo. Além disso, temos do lado da Direita quem queira colocar em dúvida a questão do Estado Social, do Serviço Nacional de Saúde, da Escola Pública. Portanto, é uma eleição muito decisiva na qual se joga um futuro, uma governação de progresso e de ecologia de que o Livre quer fazer parte e para a qual o voto no Livre é um voto decisivo".
Tavares aproveita o eco dos jornalistas para vincar que "uma vitória do campo do progresso e da ecologia será certamente determinada pela eleição de deputados e deputadas do Livre".
A Era do reconhecimento do Livre
De peito erguido, Rui Tavares reconheceu que "há cada vez mais gente a reconhecer o Livre". "Há uns anos nós usávamos para nos inscrever, a esquerda verde europeia, a falarem-nos de propostas nossas como a herança social, o subsídio e desemprego para as vítimas de violência doméstica, ou a semana de quatro dias, ou o passe ferroviário nacional, já sabendo que são propostas do Livre. Chegado a este momento decisivo, o que é muito importante é que não fique nenhum voto por dar no Livre, que não fique ninguém arrependido por não ter votado no Livre".
E puxou dos cabeça de lista pelo Porto para reafirmar que é ao peito que leva a Esquerda: "Como costuma dizer o Jorge Pinto, nosso cabeça de lista aqui, orgulhosamente esquerda, apaixonadamente ecológicos e também um partido das liberdades e dos direitos humanos".
No fim, o que é um bom resultado para o Livre? "É um grupo parlamentar, quanto mais numeroso melhor, porque isso também faz a diferença".
A caravana "orgulhosamente esquerda" seguiu para um jantar comício na associação dos moradores da Bouça, no Porto, com direito a um DJ palestiniano.