Sá da Bandeira. "Até pode nem dar lucro, mas vou manter a loja. É única”
Cinco anos após a compra do Sá da Bandeira pela Livraria Lello, proprietário e inquilino ainda não se entenderam quanto às obras que o teatro precisa. No edifício, há, contudo, resistentes, como uma cutelaria, cujo dono promete nunca fechar portas, ao contrário do que está a suceder com o comércio tradicional do Porto.
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Numa altura de tendência de desaparecimento de lojas históricas, há quem teime em manter as portas abertas no “coração” do Porto. É o caso da Cutelarias Finas. “Até pode não dar lucro mas, enquanto puder, vou manter a loja”, garante o proprietário, António Novais, convencido de que é uma “mais valia” para a cidade manter a loja, que funciona desde 1952, no edifício Sá da Bandeira, preferindo afastar-se da contenda entre inquilino e proprietário do teatro quanto à realização de obras.
A Cutelarias Finas teima, assim, em resistir, apesar de funcionar ao lado de um franchising. O “Armazém do Caffè” já fechou as portas. Mas aquela loja com 73 anos vai continuar, no que depender da vontade do seu proprietário, que sublinha o facto de a Livraria Lello nunca ter tentado aumentar as rendas, desde que adquiriu o imóvel, em hasta pública, há cinco anos. Desde então, a anunciada reabilitação permanece adiada, estando agora dependente de um acordo entre a proprietária e o inquilino da sala de espetáculos.