Peregrinos abandonaram o Parque Tejo, esta manhã de domingo, “muito felizes”, com “mais fé" e "diferentes” por verem o Papa e terem participado na Jornada Mundial da Juventude. Há só quem lamente não ter entendido todo o discurso de Francisco por falta de tradução.
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Matilde Soares, peregrina portuguesa, não podia estar mais feliz. “Foi uma experiência fantástica, incrível, não há palavras para descrever. Não há nada que se equipare a isto, ver estas pessoas de todo o mundo a celebrar a mesma coisa. Apesar do cansaço e do trabalho que tivemos, saímos daqui com o coração cheio e muito felizes”, partilhou emocionada, ela que é também uma das dezenas de milhares de voluntários da Jornada Mundial da Juventude.
“Saio daqui muito mais cheia, com uma fé muito maior, muito mais bonita, não sei explicar, encheu-me muito. Acho que tenho imensa sorte de ser jovem, estar a viver isto no meu país e falar com gente de todo o mundo”, acrescentou a jovem católica, rodeada de peregrinos de todo o mundo em festa a abandonarem o Parque Tejo.
Martino Ratti, peregrino da Holanda, sentia o mesmo. “A mensagem do Papa foi bonita, deu-me confiança. A igreja na minha cidade é pequena e ver tantas pessoas, as suas dificuldades e a sua fé, deu-me mais força para continuar a vida. Estou muito feliz”, partilhou o jovem de apenas 16 anos, que não esperava ver tanta gente.
“Havia muitas pessoas a dormirem fora do recinto, o que mostra que estavam muitas aqui. Talvez os organizadores não esperassem tantas. Eu perdi o meu grupo e dormi longe deles, mas foi muito bom porque conheci outras pessoas e passamos a noite juntos a conhecermo-nos”, conta.
Gasper Jesenionik, da Eslovénia, diz que volta para casa “uma pessoa diferente”. “Vou absolutamente diferente para o meu país. Quando eu vim não tinha bem certeza do que ia ser e achei incrível, quero ficar aqui mais tempo. De repente, acabou”, suspirou, lamentando só nem sempre ter entendido os discursos do Santo Padre.
“Nós realmente não entendemos tudo o que o Papa disse porque não tínhamos headphones para ouvir a tradução, mas agradeço aos meus pais por nos criarem cristãos”, referiu o jovem esloveno que caraterizou a última missa celebrada pelo Sumo Pontífice de “incrível”. “Foi tão energética, tão emocionante. Quando for para o meu país vou falar aos meus amigos disto, dizer que foi sensacional e incrível”, prometeu.
Sentimentos partilhados por todos os peregrinos, que retornam a casa com mais fé e a pensarem sobre o que o Papa lhes transmitiu. “Foi uma experiência muito boa. Está calor, mas tenho estado muito bem. O que gostei mais foi das pessoas, o ambiente e toda a festa que houve. A mensagem mais importante do Papa foi a de que na Igreja cabem todos e todos”, disse Irene Pérez, espanhola.
Matilde Soares leva ainda outras reflexões. “Ficaram-me muito as mensagens de acolher toda a gente e de nunca olhar para os outros de cima, mas diretos, a não ser para levantar. Tocou-me muito essa frase do Papa”.