O ministro da Agricultura escolheu o antigo autarca Salvador Malheiro para secretário das Pescas e do Mar, em substituição de Cláudia Monteiro de Aguiar, e manteve Rui Ladeira nas Florestas e João Moura com a Agricultura.
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Salvador Malheiro, de 52 anos, tem uma licenciatura em Engenharia Mecânica, uma pós-graduação em Motores de Combustão Interna e um Doutoramento em Ciências para a Engenharia. O também professor universitário, natural de Aveiro, vai ocupar o lugar de Cláudia Monteiro de Aguiar, que tinha a pasta das Pescas, acrescentando o dossiê do Mar.
Como secretário de Estado da Agricultura mantém-se João Moura, que tem um bacharel em produção animal, uma licenciatura em engenharia agropecuária e um MBA em gestão financeira paras as pequenas e médias empresas. João Moura foi engenheiro técnico agrário no Baixo Mondego, vereador na Câmara Municipal de Ourém, deputado e professor. Foi também vice-presidente do grupo parlamentar do PSD.
Já como secretário de Estado das Florestas permanece Rui Ladeira, licenciado em Engenharia Agronómica, que foi presidente da Câmara Municipal de Vouzela. Rui Ladeira foi professor, formador e empresário no ramo florestal durante uma década. Entre os dossiês do Ministério da Agricultura, liderado por José Manuel Fernandes, continuará a estar a crise no setor do vinho, um dos primeiros problemas apontados por José Manuel Fernandes, quando assumiu, pela primeira vez, o cargo.
Apoios à agricultura
Os baixos preços pagos à produção e as dificuldades de escoamento estão a pressionar os produtores nacionais, sobretudo da região do Douro, que exigem ao executivo novos apoios. Ainda em 2024, Bruxelas avançou com algumas ajudas aos agricultores, com o ministério a avisar que se tratavam de “paliativos”. Este ano foram avaliadas novas ajudas, onde se inclui a apanha em verde ou o arranque de vinhas, soluções que classificou como de “último recurso”.
A defesa da Política Agrícola Comum (PAC) será outro tema, quando já se falou na possibilidade de reunir num só fundo os dois pilares de ajuda aos agricultores. Para o Governo, é importante que se mantenham os dois pilares na próxima PAC (2028-2034) – ajudas diretas aos agricultores e os auxílios ao desenvolvimento rural – e com um financiamento que deve ser atualizado num mínimo de 2% ao ano, face ao último orçamento.
Quanto às negociações das tarifas com os Estados Unidos, o Ministério da Agricultura tem vindo a recomendar calma e união ao bloco europeu, referindo que a divisão será “preocupante para todos os países”. A ameaça da febre catarral ovina, conhecida como língua azul também continua a pairar, sobretudo com o aumento das temperaturas, mas os agricultores mantêm-se confiantes no controlo da doença através da vacinação.
Por sua vez, a gripe das aves tem vindo a afetar Portugal e o resto do mundo, levando, por exemplo, nos EUA o preço dos ovos a máximos. Portugal não ficou imune e, entre janeiro de 2022 e março de 2025, o preço da meia dúzia de ovos subiu quase 80%, passando de 1,14 para 2,05 euros, segundo dados da Deco.
José Cesário sai das Comunidades, Emídio Sousa entra