Os processos disciplinares a Rui Rio e Adão Silva prometem aquecer o Conselho Nacional desta sexta-feira, dois dias após o recurso para o Tribunal Constitucional. Na decisão da Jurisdição, aponta-se o dedo a Rui Rio e Adão Silva por não terem apresentado defesa pessoalmente.
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Os processos disciplinares a Rui Rio e a Adão Silva prometem aquecer o Conselho Nacional desta sexta-feira na Guarda. Uma reunião que ocorre dois dias depois de um recurso para o Tribunal Constitucional sobre decisões do Conselho de Jurisdição Nacional (CJN). Um processo em que Rui Rio e Adão Silva não apresentaram defesa diretamente e em que o líder parlamentar é acusado de ter ocultado dos deputados uma deliberação do CJN.
Ao dar o assunto por encerrado, o próprio líder social-democrata, que escapou sem sanção, admitiu que o processo disciplinar, movido por um militante a propósito da votação do referendo à eutanásia, poderia ser levantado por algum conselheiro nacional.
A contar com isso, o presidente do CJN já garantiu presença. Até porque a reunião ocorre dois dias depois do recurso de Adão Silva para o Constitucional e da ameaça de instaurar uma ação contra Paulo Colaço, que acusa de "perseguição política".
Confiança no líder
Acresce que entre os conselheiros nacionais opositores de Rui Rio cresce a convicção de que poderá ser discutido na reunião uma espécie de voto de confiança ao líder do partido, que escapou do processo sem qualquer sanção disciplinar, apesar de ter chegado a ser proposta a mais leve: a advertência.
Já Adão Silva foi "condenado" à segunda sanção disciplinar mais leve: a repreensão. Isto apesar de o líder parlamentar ter ocultado uma deliberação do CJN, de 2 de outubro passado, que dava como vinculativa a moção a favor de um referendo à eutanásia. Uma deliberação que deveria ter sido comunicada a todos os deputados e nem chegou à direção da bancada, segundo um relatório, onde é acusado de "premeditação".
Recurso à Permanente
No relatório do CJN, publicado no jornal "Povo Livre", Rui Rio e Adão Silva são criticados por não terem apresentado defesa diretamente, nem em relação à exposição do militante Leonel Fernandes, nem quanto à nota de culpa que receberam a 19 de março.
Quanto à exposição, o líder do PSD mandatou o seu chefe de gabinete para responder por email. Adão Silva reagiu com um "não tenho nada a referir". Já a nota de culpa mereceu dos dois um "esclarecimento", emitido pela Comissão Permanente, em que se considera estar "enferma de um perturbante tique estalinista".