A Unidade Local de Saúde de Santa Maria quer aumentar a capacidade para tratar doentes em hospitalização domiciliária. Desde 2020, já acompanhou 675 pessoas, agora o objetivo é aumentar esse número. Em 2022, foram tratados 9000 doentes em casa em todo o país, quase o dobro da meta estabelecida para 2024.
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Do internamento convencional para o internamento em casa, a Unidade de Hospitalização Domiciliária (UHD) de Santa Maria celebrou este ano o seu quarto aniversário. E quer alargar de 12 para 30 camas a sua capacidade de internamento em casa, bem como criar um Centro de Responsabilidade Integrada, anunciou Carlos Martins, presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde de Santa Maria.
Desde 2020, a hospitalização domiciliária de Santa Maria conseguiu ajudar 675 doentes e fazer mais de 10 mil visitas a casa. Além disso, acompanhou doentes de cerca de 20 especialidades hospitalares diferentes, revelou o hopsital em comunicado.
As doenças mais comuns dos internamentos em casa estão relacionadas com problemas urinários e infeções respiratórias. Alguns dos utentes foram auxiliados depois de uma cirurgia ou com cuidados paliativos.
O internamento domiciliário difere da hospitalização tradicional, concedendo aos doentes um ambiente mais confortável em suas casas, beneficiando da proximidade ao hospital e das vistas diárias de quipas médicas. Alguns dos requisitos passam pela estabilidade do utente e pelas condições da habitação.
Segundo Carlos Martins, presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde de Santa Maria, o hospital pretende investir em quatro áreas”, nomeadamente na “dotação adequada do capital humano, novas instalações para o serviço a criar, o reforço de equipamentos e viaturas dedicadas às equipas da Hospitalização Domiciliária”.
A este objetivo soma-se o desafio de trabalhar de uma forma mais próxima com os profissionais do Centro de Saúde de Mafra, que integra agora a unidade de saúde, revela o comunicado.
De momento, a Unidade de Hospitalização Domiciliária de Santa Maria é composta por uma equipa de onze pessoas, entre eles três médicos, cinco enfermeiros, uma assistente social, uma assistente técnica e uma assistente operacional.
Remonta a 2014
Recorde-se que a hospitalização domiciliária teve início no Hospital Garcia de Orta, em 2014, sendo que este hospital se inspirou na experiência do Hospital Universitário Infanta Leonor, em Madrid.
Em 2022, segundo dados do Portal do SNS, foram tratados 9000 doentes em casa, um número que superou a meta estabelecida para 2024 em quase o dobro.
Até à data, o projeto está a funcionar em 37 unidades do SNS e uma privada, e já terá poupado cerca de 12 milhões de euros em hospitalização. A hospitalização diária funciona também como uma solução para a sobrelotação dos serviços de saúde e contribui para a diminuição dos riscos de infeção dos doentes.
Segundo dados de outubro de 2023, nos primeiros dez meses do ano foram internados 8324 doentes em casa. A taxa de eficiência da hospitalização domiciliária - calcula os custos diretos do tratamento de cada doente em casa - é de 49%, ou seja, cerca de metade dos custos por doente no hospital, o que representa uma poupança de cerca de 12 milhões de euros nos dez meses de 2023.