Iniciativa "Viva a Rua" vai ocorrer pela segunda vez no sábado. Artérias principais de Santo Tirso ficam sem carros e estacionamento, para que os munícipes possam circular livremente pelo espaço público. Com base nas experiências anteriores, do programa que arrancou em março, a população em geral aplaude.
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À semelhança do que vai ocorrendo em várias cidades europeias, também Santo Tirso abraçou o conceito de ruas sem carros, e lançou a iniciativa Viva a Rua, para que a população possa usufruir das principais artérias do centro livres de automóveis.
O projeto arrancou no final de março, e torna a repetir-se no próximo sábado, dia 28, voltando a abranger as praças Camilo Castelo Branco e Conde de S. Bento e as ruas de Sousa Trêpa, José Luís de Andrade e Dr. António Augusto Pires de Lima, assim como o Largo Coronel Baptista Coelho. Todas estas artérias estarão livres de tráfego automóvel, bem como do respetivo estacionamento, e em cada uma haverá um programa de atividades e animação, a decorrer entre as 10 e as 18 horas, como adianta a Câmara.
Miguel Carvalho, que vive em pleno coração da cidade, aplaude a ação, a qual gostaria de ver repetida mais vezes. "É necessário haver mais dias sem carros. Na minha opinião, era bom que houvesse um por mês. Se queremos mudar, as entidades públicas é que podem originar essa mudança, com estas iniciativas", sublinha o morador, que considera que "estas jornadas podem ajudar o comércio, ao contrário do que as pessoas pensam".
Acho que foi uma boa ideia. A cidade ficou gira e mais dinâmica
"Acho que foi uma boa ideia. A cidade ficou gira e mais dinâmica", concorda Catarina Conde, que também mora no centro de Santo Tirso, e recorda o primeiro dia da iniciativa.
"As ruas estavam cheias de gente e o comércio todo aberto. Havia um ponto de recolha de bicicletas, para as pessoas circularem nelas, e um insuflável para as crianças, na Praça Conde de S. Bento", conta.
Para Miguel Carvalho, a adoção deste modelo de ruas sem carros "é uma questão de alteração de paradigma". "O difícil é mudar a ideia das pessoas. Acredito que, passando a ser um hábito, as pessoas vão começando a mudar", reflete o habitante, que defende, no entanto, que "deve haver abertura para um debate, porque as pessoas lidam melhor com a mudança se forem ouvidas".
Segundo a Autarquia tirsense, o "Viva a Rua" resulta da "integração de Santo Tirso na rede de cidades europeias URBACT - Thriving Streets (Ruas Prósperas), que tem fomentado experiências idênticas em vários países"