Santos Silva critica PGR por "violação grosseira dos princípios de Estado de direito"
Há "desrespeito pela separação de poderes" na atuação do Ministério Público na Operação Influencer, investigação que levou à demissão de António Costa, critica o ex-presidente da Assembleia da República, numa publicação no Facebook.
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Augusto Santos Silva criticou duramente Lucília Gago a propósito da Operação Influencer, falando em "violação grosseira dos princípios de Estado de direito", por cinco meses depois ainda não se saber mais nada sobre o processo que levou à queda do Governo liderado por António Costa.
"Desde então, nada mais se sabe, tendo-se limitado a PGR a publicar outra nota sobre a distribuição de processos por equipas de magistrados. O Parlamento foi dissolvido, realizaram-se eleições e nada as autoridades competentes se dignaram esclarecer sobre a iniciativa que esteve na origem de todos esses desenvolvimentos", escreveu Augusto Santos Silva na sua página de Facebook.
O socialista aponta que o facto de António Costa ainda não ter sido ouvido pelas autoridades demonstra "não só desrespeito pela separação de poderes" como é também uma "ofensa aos direitos fundamentais de qualquer pessoa".
Santos Silva não esquece ter sido noticiado que João Galamba esteve quatro anos sob escuta, situação "nunca desmentida", e que o ex-ministro das Infraestruturas também foi alvo de buscas há cinco meses. Até hoje nunca foi ouvido pelo MP, o que leva Augusto Santos Silva a questionar: "É admissível uma tal desconsideração pelos direitos, liberdades e garantias das pessoas?"