André Ventura criticou esta sexta-feira o presidente da Assembleia da República por este ter defendido que Portugal devia pedir perdão a Moçambique pelo massacre em Wiriyamu. Augusto Santos Silva respondeu ao líder do Chega que o fez por não compactuar com massacres.
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"Eu peço desculpas porque nós não devemos compactuar com massacres. Eu peço desculpas porque somos humanistas. E sim, também peço desculpas em nome das Forças Armadas que a 25 de abril de 1974 nos libertaram de um regime infame que cometeu esse massacre", respondeu, esta manhã, no debate parlamentar, Augusto Santos Silva.
André Ventura iniciou a sua intervenção frisando que as declarações do presidente da Assembleia da República no Twitter não representam o Chega.
"Não ficam bem a um presidente da Assembleia da República em nome de não se sabe bem de quem lançar um anátema sobre as Forças Armadas, sobre a História de Portugal a um país que nunca pediu desculpas por milhares de vítimas portuguesas que lá deixaram enterradas sem qualquer justiça. Após a transição, os guerrilheiros moçambicanos mataram mais de três mil portugueses, foram 400 as vítimas que assinalou no massacre", afirmou André Ventura.
Hoje assinalam-se 50 anos do massacre de Wiriyamu, durante a guerra colonial. Augusto Santos Silva publicou um vídeo, esta manhã, na rede social Twitter no qual defende que o massacre "envergonha" Portugal e "não pode ser esquecido".
No vídeo, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros explica que a 16 de dezembro de 1972 um contingente de militares e a polícia política portuguesa "perpetraram um massacre num conjunto de aldeias de Wiriyamu". "Esse massacre foi denunciado meses mais tarde por sacerdotes católicos. E essa denúncia contribuiu para o isolamento internacional do regime do Estado Novo e para o aumento da consciência em Portugal sobre a necessidade absoluta de acabar com esse regime e acabar com a guerra colonial", sustentou Augusto Santos Silva, sublinhando que todas as vítimas nas aldeias de Wiriyamu eram civis e, por isso, hoje é "dia de pedir perdão".