Associações de militares contra a carência de profissionais no Hospital das Forças Armadas.
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"A saúde não pode ser um negócio e muito menos a saúde daqueles a quem se exige que, no limite, entreguem a vida para defender a pátria". As palavras são de António Lima Coelho, presidente da Associação Nacional de Sargentos (ANS), que participou hoje numa vigília, em frente ao Hospital das Forças Armadas, em Lisboa.
Os militares e os ex-combatentes estão preocupados com a falta de profissionais daquela unidade, tanto no polo de Lisboa como no do Porto. Uma preocupação partilhada, também, pela Ordem dos Médicos. "Os problemas estruturais da falta de efetivos no Hospital das Forças Armadas continuam", adverte o líder da ANS, que, em conjunto com as associações de Oficiais das Forças Armadas e de Praças, organizou uma vigília para demonstrar a apreensão pela situação atual.
No protesto estiveram cerca de 50 militares, empunhando bandeiras e segurando cartazes onde foram escritas exigências. Num dos cartazes, podia ler-se "não à destruição da saúde e condição militar".
"Funcionou muito mal"
O presidente da ANS alerta para o facto do Ministério da Defesa ter já manifestado que pretende que, no próximo ano, o hospital opere nos termos em que funcionou em 2022 não só não é suficiente, como chega a ser preocupante.
"Em 2022, funcionou muito mal". As carências são conhecidas "há muito tempo". As associações pedem que os procedimentos concursais, anunciados pelo Governo em comunicado, para a contratação de profissionais de saúde sejam mais céleres e diligentes. "A saúde militar é uma exigência constante e permanente", lembra aquele responsável. "Defender o Hospital das Forças Armadas é defender a saúde dos militares de ontem, dos de hoje e dos que hão de vir amanhã".
Já Francisco Janeiro, presidente da direção da delegação de Lisboa da Associação dos Deficientes das Forças Armadas, explica que, no que toca à Segurança Social, os militares não são considerados equivalentes aos funcionários públicos. "Não fomos funcionários públicos, somos militares que andámos numa guerra colonial". José Fernandes, um dos soldados paraquedistas que participou no conflito, está pronto para continuar a lutar pela saúde de todos os militares. "É o princípio do fim de uma luta. Nós não vamos parar se o nosso problema está resolvido".