Presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR destaca cooperação de empresas e sistema científico e tecnológico em torno da transição energética.
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A Agenda Aliança para a Transição Energética (ATE), uma das maiores agendas mobilizadoras do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência, teve o seu momento de balanço e de debate sobre desafios futuros, como a continuidade do consórcio para além de junho de 2026, numa conferência, que reuniu parceiros e especialistas de várias áreas, no Centro de Congressos, Super Bock Arena, no Porto. E contou com a presença do presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR, Pedro Dominguinhos, que deixou algumas mensagens para o momento presente.
Enalteceu “a capacidade de cooperação de empresas e sistema científico e tecnológico”, em torno da agenda, destacou, por outro lado, que agora é tempo de prestar provas e focar na introdução de produtos e serviços no mercado, e que a descarbonização deve agora mais do que nunca ser uma prioridade. Informou ainda que deverão ser conhecidos a partir da próxima semana os resultados da reprogramação que, segundo o coordenador da agenda mobilizadora ATE, Rui Lameiras, vai ampliar “a ambição” do consórcio e permitir “aumentar para 60 os PPS (até agora 45, produtos e serviços) e a entrada de cinco novas entidades”. “Há uma pressão enorme para todas as empresas descarbonizarem todos os seus processos e, portanto, há aqui soluções que têm de, como é evidente, ser mobilizadas. E nós não podemos correr o risco, com esta pressão e prioridade para a defesa, de deixar de ser prioridade a descarbonização e a transição verde que estamos a fazer”, declarou Pedro Dominguinhos, acrescentando: “Diria que a pressão aumentou, mas se nós deslaçarmos, o risco que corremos é de deixar de parte completamente o comboio, e quando quisermos regressar, o esforço que temos é muito maior. E, provavelmente, o comboio já passou mesmo e nós não o conseguimos apanhar”.
Deu nota da “capacidade de fazer e de entregar” por parte dos parceiros da agenda mobilizadora para a mudança no setor energético. “O que foi desafiante foi congregar vontades e atribuir um propósito a um projeto que não sabíamos bem o que seria”, sublinhou aquele responsável, apelando a que a mobilização seja agora no sentido de fazer vingar soluções.
“A prova começa agora. Não quer dizer que tudo aquilo que foi feito não seja relevante, mas para concretizar cabalmente os objetivos das agendas mobilizadoras e de todos os parceiros, este é o desafio: o mercado”, disse, sublinhando que esse desafio é “o de perceber se os produtos ou processos que desenvolvemos estão ou não adequados e se o mercados os absorvem”.
Pedro Dominguinhos acrescentou, em relação ao futuro, que é necessário acautelar a retenção da “massa crítica criada pelas agendas mobilizadoras”, já que a estas está associada a contratação de cerca de “2500 pessoas”. E adiantou que “é expectável que, na próxima semana, todas as decisões das reprogramações sejam comunicadas a todos os consórcios”. “Há aqui uma questão financeira, sobretudo pelo montante solicitado de aumento de ambição. Este é um aspeto particularmente positivo: a maior parte das agendas mobilizadoras propuseram novos produtos e serviços inovadores”, referiu.
Atualmente, a agenda mobilizadora ATE agrega 80 promotores e 12 parceiros estratégicos. Prevê 274 milhões de euros de investimento, dos quais 157 milhões são incentivo PRR.

