Luís Montenegro criticado à Esquerda e à Direita. Silva Peneda destaca a coincidência entre a recusa do primeiro-ministro em avançar com a reforma administrativa e o anúncio de investimentos “com muitos zeros à direita” para a região de Lisboa.
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Se havia expectativas, Luís Montenegro desfê-las: o primeiro-ministro recusa-se a avançar com o processo de regionalização. “Perde-se a oportunidade de fazer uma verdadeira reforma do Estado”, critica o ex-ministro social-democrata Silva Peneda, destacando que isso acontece quando se anunciam investimentos “com muitos zeros à direita” para Lisboa. Nuno Vaz, autarca de Chaves, lamenta os “obstáculos e limitações” permanentes e ironiza: se não é para cumprir a Constituição, que a alterem, eliminando o objetivo de regionalizar o país.
“Só com o compromisso dos dois maiores partidos, PSD e PS, é possível criar as condições para avançar com o processo de transferência de competências”, do poder central para os níveis regional e local, reconhece Nuno Vaz, que, apesar de ser também presidente do Conselho Regional do Norte, falou ao JN na sua qualidade de presidente de Câmara. O autarca socialista está preocupado com a falta de clareza que detetou no discurso do primeiro-ministro: “é fundamental dizer com o que se concorda ou discorda no processo de descentralização em curso e, depois, apontar uma solução”.