O presidente eleito do Conselho Europeu, António Costa, foi esta noite à rentrée do PS mostrar-se alinhado com a União Europeia (UE), embora deixando antever que também dará o seu cunho pessoal ao cargo.
Corpo do artigo
Se garantiu apoio total à Ucrânia, também pediu que não haja “duplos critérios” em Gaza; se avisou contra a concorrência da China, alertou igualmente contra o risco de um mundo “bipolarizado” entre chineses e EUA, sem UE. Só falou de política nacional para dizer que Pedro Nuno Santos não terá “culpa” se o Orçamento do Estado (OE) for chumbado.
Na Academia Socialista, em Tomar, o antigo primeiro-ministro quase só abordou temas europeus. Uma das poucas exceções ocorreu quando, já na fase das perguntas de jovens militantes, aludiu a uma das bandeiras do Governo, afirmando que “não é o IRC” que resolve a questão do crescimento.
Também após o discurso, Costa fez um breve comentário sobre o OE. E defendeu o líder do seu partido: “Poucos têm tanta experiência como o Pedro Nuno Santos em negociar Orçamentos. Portanto, se não houver sucesso, seguramente não será por culpa dele”, atirou.
No discurso, Costa referiu-se à UE como um “fator de progresso” para o país. Sem mencionar destinatários, criticou a “retórica falsa” de quem diz que a União “obriga” os governos a tomarem certas medidas, lembrando que os ministros vão a Bruxelas decidir “em nosso nome”.
Logo no início, o socialista desejou “as maiores felicidades” a Maria Luís Albuquerque, escolhida pelo Executivo para comissária europeia. Fez ainda questão de mencionar Mário Centeno, seu ex-ministro das Finanças, apontando que a escolha deste para liderar o Eurogrupo no passado foi prova do “reconhecimento” da UE às políticas dos governos PS.
Costa falou dos desafios económicos da UE, frisando que esta se “deixou ultrapassar” por EUA e China. Disse que “há mais mundo” além desses países” e sugeriu “novas amizades” com Brasil, Nigéria ou Indonésia.
A guerra na Ucrânia serviu de mote para Costa, alinhado com a NATO, pedir mais gastos em Defesa. Garantiu ainda que nunca se opôs ao alargamento.