A Escola Secundária Tomaz Pelayo, em Santo Tirso, foi a melhor do distrito do Porto. Os alunos destacam o apoio dos docentes e a preparação para os exames.
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“A receita nunca está num só fator, mas numa conjugação virtuosa de todos”, resume Fernando Almeida, que há 16 anos dirige a Escola Secundária Tomaz Pelayo, em Santo Tirso, e não esconde o orgulho em vê-la subir no ranking, até alcançar o 47º lugar, em 2024, e tornar-se a melhor secundária do distrito do Porto, com uma média de 14 valores nos exames nacionais.
Com quase 20 de média em Línguas e Humanidades, Maria da Conceição Sampaio, de 17 anos, reconhece que “a interação, o incentivo e o apoio dos professores” são um pilar importante para os resultados de excelência. Como o foi um docente de Português que, ao “introduzir um novo autor, falava em todas as suas obras”, despertando a “curiosidade” dos alunos.
“Os professores inspiram-nos a ir sempre mais além, a dar o nosso melhor e a conseguirmos aprimorar-nos”, testemunha a futura estudante do curso de História, uma escolha que confessa ter assumido também graças ao “apoio muito forte” que teve de uma docente da disciplina.
À “boa relação entre professores e alunos” que Simão Ferrão destaca, as colegas Mariana Moura e Francisca Costa, também de 17 anos e alunas de Ciências, somam “o apoio que os professores dão, e que é muito”, bem como a sua “disponibilidade a todo o momento”, ajudando a “tirar dúvidas”, em vésperas de exames, através de contacto telefónico ou de aulas extra. Além dos tempos letivos de preparação para os exames, que decorrem ao longo do ano.
“Ninguém fica para trás”
“Se o exame calha à segunda-feira, já sabemos que é um fim de semana de trabalho, porque começam a enviar dúvidas”, sorri Isaura Pinto, que leciona Física e Química, outra disciplina em que a escola esteve acima da média nacional nos exames, com 12,3 valores. “Estamos disponíveis 24 horas”, diz a docente, enquanto Duarte Monteiro admite que esse empenho por parte dos professores “foi o que ajudou mais” a atingir a classificação de 20 a Economia. Também para o colega Imanuel Neto o apoio “tem sido fundamental”.
“Quando os alunos se sentem ouvidos e acolhidos pelos professores, faz uma diferença muito grande”, reconhece Maria da Conceição. “O acompanhamento que fazemos é quase personalizado, porque conhecemos bem os alunos e não deixamos ninguém para trás”, vinca Isaura Pinto, que destaca a importância do “trabalho colaborativo” entre os professores, que “fazem testes e exercícios em conjunto”. Antiga professora e encarregada de educação de uma aluna, Ana Mendes nota que “há um trabalho de grupo que é feito de forma exímia”, e considera que “o segredo está na partilha de conhecimento”.
“Voluntarismo dos docentes”
Professor de Português - disciplina em que a Tomaz Pelayo obteve uma média de quase 14 valores -, André Costa atribui os bons resultados ao facto de a escola ter um “corpo docente estável e exigente” e à “ausência de problemas disciplinares”. Também as “atividades extra curriculares, que são criteriosamente preparadas, têm um retorno muito significativo na aprendizagem”, destaca o professor, lembrando que, muitas vezes, os estudantes “vão buscar conhecimento nestas atividades”. É o caso de Luís Real, aluno do 12º ano de Ciências e entusiasta do clube de robótica da escola, que acaba por ser um complemento prático da aprendizagem que faz nas aulas.
Para Fernando Almeida, os resultados do ranking “são um estímulo” e atribui-os ao “compromisso coletivo” e a “uma dose grande de voluntarismo dos docentes”. Do “bom ambiente de aprendizagem”, à “estabilidade dos professores ao longo dos ciclos”, passando pelas “aulas de preparação para os exames e aulas de apoio”, o diretor da Secundária Tomaz Pelayo realça várias medidas que contribuem para que a escola se destaque. Afinal, a missão “é acolher todos e não deixar ninguém pelo caminho”.