O acesso ao site AforroNet, que permite consultar a carteira de Certificados de Aforro e de Tesouro, está indisponível há vários dias. Em causa um “incidente” que foi identificado durante uma atualização do sistema. O Governo garante que a “segurança das aplicações financeiras dos aforristas nunca esteve em risco”.
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Numa nota publicada no seu site, a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Publica (IGCP) dá conta que está a melhorar as “condições de segurança do serviço AforroNet”, pelo que “todos os serviços associados às contas de aforro estão assegurados através da rede dos CTT”. A razão prende-se com um “incidente” que foi identificado durante os testes e atualizações regulares ao sistema de informação AforroNet, promovidos pelo ICGP. Já o "Expresso", que cita a agência, revela que “foi identificado um caso de acesso indevido a dados pessoais constantes no AforroNet que foi reportado à Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) e que está a ser investigado”.
Em resposta ao JN, o gabinete do ministro de Estado e das Finanças esclarece que não se tratou de um ataque informático, mas que o problema “justificou a decisão de suspender temporariamente a plataforma”. A tutela aponta que a “segurança das aplicações financeiras dos aforristas nunca esteve, nem está em risco”.
Mecanismos de segurança são sofisticados
O Executivo acrescenta que o AforroNet está protegido com vários mecanismos de segurança: “o acesso à conta é bloqueado em caso de tentativas erradas” e só é permitida a transferência dos produtos para a conta bancária titular do cliente. A intervenção no site deverá estar concluída brevemente, avança o gabinete tutelado por Joaquim Miranda Sarmento. Até lá, os aforristas podem consultar e movimentar os saldos das contas de aforro junto da rede de lojas dos CTT.
Na verdade, os problemas no site AforroNet começaram após o IGCP solicitar a mudança de passwords junto dos utilizadores. A autenticação na conta de aforro baseava-se numa senha de seis caracteres, um nome do utilizador e alguns dígitos do número de contribuinte. No entanto, muitos utilizadores bloquearam as suas contas ao tentar atualizar a sua senha por uma mais complexa. O cenário piora porque o sistema só permite alterar o código uma vez por dia.
Estes constrangimentos estão também a provocar um aumento da procura pela aplicação dos CTT. De acordo com o "Negócios", a empresa bateu o recorde de adesões e subscrições através da app na última terça-feira. Um mês depois de a plataforma permitir a subscrição online de certificados de aforro dos CTT, o novo canal já conta com 12 600 aforristas e mais de 18 mil operações.
Certo é também que nada vai mudar no próximo mês para quem tem Certificados de Aforro. A taxa de juro base para setembro mantém-se nos 2,5%, uma vez que a Euribor a três meses continua acima dos 2,5%.