Entidades mediadoras receberam instruções para dizer quantas famílias carenciadas ainda precisam de apoio.
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O Instituto da Segurança Social quer saber quantas pessoas estão em lista de espera para receberem cabazes com alimentos. As entidades mediadoras do Programa Operacional de Apoio às Pessoas Mais Carenciadas (POAPMC) de todo o país receberam um email daquele instituto, através dos centros distritais de Segurança Social, a pedir para indicarem quantas famílias aguardam pela oportunidade de usufruírem de cabazes alimentares.
O contacto foi feito na sequência da notícia do JN, a dar conta de que o Instituto da Segurança Social queria reduzir de 120 mil para 90 mil o número de beneficiários, apesar de haver candidatos a aguardar vaga no programa. Os emails, a que o JN teve acesso, não eram exatamente iguais, mas ambos pediam às entidades gestoras do POAPMC para indicarem o número de identificação da Segurança Social do titular em lista de espera e o número de pessoas do agregado familiar. Noutros casos, solicitavam a idade dos elementos do agregado familiar. O prazo concedido para fazer esse levantamento era reduzido e já foi ultrapassado.
Audições no Parlamento
O JN contactou o Ministério da Segurança Social para saber quantas famílias se encontram em lista de espera a nível nacional e se mantém a posição de reduzir o número de beneficiários.
Contudo, o Instituto da Segurança Social limitou-se a garantir que "vai ser mantido o apoio a todas as pessoas que tenham necessidade e que cumpram os critérios definidos no âmbito do POAPMC".
A pedido do grupo parlamentar do PSD, esta terça-feira às 11 horas, o padre Agostinho Jardim Moreira, presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza, e Sandra Araújo, diretora executiva, são ouvidos na Comissão de Trabalho, Segurança Social e Inclusão da Assembleia da República, sobre a redução do número de beneficiários daquele programa e sobre a diminuição da composição dos cabazes distribuídos. Às 12.15 horas, está agendada a audição do Instituto da Segurança Social, a requerimento dos grupos parlamentares do PSD, do PCP e da IL, também sobre a redução do número de beneficiários do POAPMC e, ainda, sobre as dificuldades no acesso a prestações sociais. O BE também quer que a ministra da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, seja ouvida no Parlamento.
Recorde-se que o presidente da República pediu, ao Governo, que as "medidas sociais" sejam "ajustadas à situação vivida" por cada família, tendo em conta o impacto da guerra.
Saber mais
100 mil é o número de pessoas carenciadas que cumprem os requisitos do POAPMC.