Os serviços de urgência e blocos de parto de seis hospitais do país estão a funcionar de forma intermitente esta semana.
Corpo do artigo
Um mês e meio depois de o relatório da Comissão de Acompanhamento da Resposta em Urgência de Ginecologia/ Obstetrícia e Bloco de partos ter sido entregue ao Ministério da Saúde, os constrangimentos mantém-se em vários hospitais, por falta de especialistas para assegurar o funcionamento daqueles serviços em permanência.
As maiores dificuldades continuam a verificar-se na região de Lisboa e Vale do Tejo.
De acordo com informação disponível no Portal do SNS, o serviço de urgência de Ginecologia/ Obstetrícia do Hospital Garcia de Orta, em Almada, está fechado desde as 20.30 horas de terça-feira e só tem reabertura prevista para quinta-feira às 8.30 horas.
No Hospital Beatriz Ângelo, o serviço de urgência e o bloco de partos, que já estiveram fechados na noite passada, voltam a encerrar entre as 8 horas de sexta-feira e as 8 horas de sábado.
O Bloco de Partos do Hospital do Barreiro vai fechar duas noites esta semana: amanhã, entre as 21 horas e as 9 horas, e no sábado no mesmo horário.
Ainda na região de Lisboa e Vale do Tejo, no Hospital das Caldas da Rainha, o Serviço de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia e o Bloco de Partos fecham esta noite de quarta-feira, às 21 horas, e voltam a abrir amanhã às 9 horas. Segundo o portal do SNS, estes serviços também estarão fechados no domingo.
Na região Centro, o Hospital da Guarda terá o bloco de partos encerrado entre as 9 horas de sexta-feira e as 9 horas de sábado.
No Algarve, o Hospital de Portimão tem o bloco de partos encerrado desde as 12 horas desta quarta-feira e reabre amanhã às 9 horas. Mas amanhã à noite (21 horas) volta a encerrar até às 9 horas de sexta-feira.
A Comissão de Acompanhamento, nomeada pela anterior equipa ministerial para apresentar soluções para as maternidades, entregou o relatório ao novo ministro em meados de setembro.
O documento não foi divulgado, mas sabe-se que aponta, entre outras soluções, o encerramento de seis maternidades, nomeadamente de Famalicão e da Póvoa de Varzim, no Norte; da Guarda e de Castelo Branco, no Centro; e do Barreiro e de Vila Franca de Xira, em Lisboa e Vale do Tejo.
O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, já adiantou que qualquer decisão só será tomada depois de uma análise técnica aprofundada, que envolverá a Direção Executiva do SNS.
Fernando Araújo inicia funções com visita a maternidades
Este novo organismo, liderado por Fernando Araújo, iniciou funções esta quarta-feira. O novo diretor executivo do SNS começou por visitar duas das maternidades que foram apontadas no relatório, nomeadamente a do Hospital de Famalicão e a do Hospital da Póvoa de Varzim.
O objetivo foi "avaliar as condições existentes e ouvir os profissionais, de forma a serem tomadas decisões de forma ponderada, com o envolvimento das pessoas", refere, em comunicado, a assessoria de Fernando Araújo.
A nota nota dá conta de que as visitas foram acompanhadas por elementos da Administração Regional de Saúde do Norte, da Comissão de Acompanhamento da Resposta em Urgência de Ginecologia / Obstetrícia e Bloco de Partos e do Colégio de Especialidade de Obstetrícia / Ginecologia da Ordem dos Médicos.
Nos próximos dias, serão feitas visitas idênticas nos blocos de partos das regiões do Centro e de Lisboa e Vale do Tejo, acrescenta o comunicado.