O Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) Rio Minho enviou um protesto ao Primeiro Ministro e ao Ministro da Administração Interna reclamando do impacto que o fecho das fronteiras, em vigor a partir deste domingo, terá na vida de cerca de seis mil transfronteiriços da raia do Minho.
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Os municípios disponibilizam-se a colaborar para se encontrar um modelo de controlo terrestre que favoreça a mobilidade laboral. A medida publicada este sábado em despacho do Ministério da Administração Interna, contempla
o encerramento de três das cinco pontes sobre o rio Minho. Ficará
a funcionar a travessia Valença-Tui durante 24 horas, e de forma parcial a ponte internacional Monção-Salvaterra do Miño. Funcionará das 7.00 às 9.00 horas e das 18.00 às 20.00 horas (hora portuguesa).
Os municípios alertam o Governo que neste formato há trabalhadores portugueses na Galiza e galegos em Portugal, nomeadamente da área da saúde, que vão passar a ter de percorrer "centenas de quilómetros desnecessários" para chegar aos seus postos de trabalho, face ao encerramento total das pontes Eiffel de Valença-Tui, Peso-Arbo, em Melgaço, e de Cerveira-Tomiño, além do não funcionamento do ferryboat de Caminha-A Guarda.
Referem que a única travessia aberta com controlo 24 horas vai
criar um "efeito funil" e passar a "concentrar centenas ou milhares de pessoas em filas intermináveis de trânsito". E consideram ainda que "os horários de abertura parcial estipulados para a Ponte Internacional Monção-Salvaterra do Miño também não servem os trabalhadores transfronteiriços que desempenham funções por turnos diferenciados".
"As autarquias desta região de fronteira estão disponíveis para colaborar com a administração central e com as autoridades policiais para encontrar uma alternativa que realmente sirva os interesses dos trabalhadores transfronteiriços, os verdadeiros afetados por esta medida", indica o presidente da AECT Rio Minho, Fernando Nogueira, referindo como exemplo "pagar forças de segurança" para controlar as fronteiras.
Nogueira, que afirma ser também essa a posição dos municípios de um lado e de outro da raia, considera o encerramento das pontes "desnecessário" na medida em que está em vigor confinamento, com proibição de circulação, naquele territórios. "As fronteiras encerradas já estavam.
Já só passavam os trabalhadores, que tal como já aconteceu na primeira vaga são prejudicados", disse.