Os professores apostam em concentrações à porta de escolas no primeiro dia de paralisação distrital, que se realiza esta quinta-feira a Norte.
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Os serviços mínimos decretados para as escolas, devido às duas greves distritais de professores desta quinta e sexta-feira, estão a levar os sindicatos a promover outras ações de protesto. As estruturas apelam aos docentes para se concentrarem em frente às escolas, quando não estiverem a cumprir um horário obrigatório. O Ministério da Educação enviou, esta quarta-feira, a proposta final sobre o recrutamento e o processo de mobilidade, que mantém algumas das "linhas vermelhas" apontadas pelos professores, como os conselhos de quadro de zona pedagógica.
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Mário Nogueira adianta que a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) está esta quinta-feira presente em concentrações nas capitais de distrito do Norte e Centro. O primeiro dia de duas greves distritais começa esta quinta-feira nas escolas acima de Coimbra. Na sexta-feira, a paralisação acontece a Sul, a partir de Leiria. "Apelamos aos docentes para que estejam à porta das escolas", afirma. Já a Federação Nacional de Educação (FNE) sugere a realização de plenários.
Sobre os serviços mínimos, o secretário-geral da Fenprof refere que vão entrar ações judiciais para contestar a decisão "ilegal". O secretário-geral da FNE, João Dias da Silva, diz que também vão ser acionados "mecanismos jurídicos" contra a decisão do Tribunal Arbitral e haverá um pedido de "negociação suplementar" com o Governo. As organizações sindicais têm até esta quinta-feira para solicitar o regresso às negociações.
Vigora clima de guerra
De acordo com o acórdão do colégio arbitral, as escolas terão de assegurar três horas de aulas no pré-escolar e 1.º ciclo, bem como três tempos letivos diários por turma no 2.º e 3.º ciclos e ensino secundário, de acordo com a carga horária semanal de cada disciplina.
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A organização dos serviços mínimos está a cargo dos diretores, que não anteveem uma "luz ao fundo do túnel" nas negociações entre os sindicatos e o Ministério da Educação. Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, revela que as escolas têm autonomia para decidir como melhor organizar o tempo das aulas. O responsável afirma que o "trabalho tem sido tudo menos fácil", com o processo a gerar "incompreensão" nos docentes, que não concordam com o processo.
Por outro lado, Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, diz que não tem registado constrangimentos relevantes na organização dos serviços mínimos. No entanto, aponta que o "clima de guerra" está para continuar. "Todos gostávamos que a negociação estivesse resolvida até à Páscoa, como o sr. presidente da República sugeria, mas não há fumo branco".