A Comissão Técnica Independente (CTI) que está a estudar a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa anunciou esta quinta-feira, as nove opções possíveis para o novo aeroporto em sete locais: Alcochete, Montijo, Santarém, Pegões, Rio Frio, Poceirão a Portela.
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A lista de opções que passam às fases seguintes foi anunciada, esta quinta-feira, durante a primeira conferência da CTI, inclui além das cincos hipóteses indicadas pelo governo na resolução do Conselho de Ministros - Portela + Montijo; Montijo + Portela; Campo de Tiro de Alcochete; Portela + Santarém e Santarém - mais quatro hipóteses.
As opções Portela + Alcochete, Pegões, Portela + Pegões e Rio Frio + Poceirão vão também seguir caminho para a segunda fase de estudos. A líder da CTI, Maria do Rosário Partidário, esclareceu que as combinações Portela + Alcochete e Portela + Pegões serão consideradas "apenas como soluções de transição".
A triagem destas nove soluções estratégicas foi feita com base em 10 critérios de viabilidade técnico-científica. Da lista, há três que assumem maior relevância: a proximidade e distância do centro de Lisboa (a média europeia são 22 quilómetros), infraestrutura rodo e ferroviária existente e planeada e a áerea de expansão. Porém, a capacidade de movimentos/hora; a existência ou não de conflitos com espaço aéreo militar; riscos naturais; população afetada pelo ruído; áreas naturais e corredores migratórios; importância estratégica para a Força Aérea e a existência de estudos de impacto ambiental também vão contar na hora da tomada de decisão.
No final de janeiro, Beja, Monte Real e Alverca entraram para a lista de possíveis localizações, no entanto acabaram por não integrar a lista final de nove opções, ficando assim Santarém como a única que não pertence à margem sul do rio Tejo. "É um aeroporto para a região de Lisboa não é para ser colocado em qualquer parte do país"; relembrou Maria do Rosário Partidário.
A solução Alverca+Portela não integra a short list apesar de ser "uma opção extremamente criativa". A coordenadora da CTI admite que a solução de acessibilidades é "muito inteligente" mas há condicionantes que chumbaram a hipótese. Nomeadamente o facto de ser a solução "que afeta o maior número de população, 762 mil pessoas".
Beja Monte Real e Évora chumbaram no critério de proximidade. "A Ota é uma opção histórica e já foi muito estudada, por isso permitiu-nos ter acesso a mais informação. É ideal do ponto de vista de acessibilidades mas não tem área de expansão. Os estudos mostraram dificuldades em segurança aérea, risco de inundação e custos elevados na remoção de obstáculos", justificou a coordenadora.
O interesse pela futura resposta aeroportuária da região de Lisboa tem sido crescente e, no total, chegaram à CTI 781 sugestões. Destas, 17 foram integradas numa primeira avaliação e, por fim, foi hoje anunciada a lista final de opções com viabilidade.
Criada no final do ano passado, a CTI tem como coordenadora-geral a professora Rosário Partidário e conta com uma equipa de seis coordenadores técnicos, entre os quais a professora universitária Rosário Macário, especialista em Planeamento e Operação de Sistemas de Transportes, que ficou responsável pela coordenação da área de planificação aeroportuária.