Setor da saúde responde por 4,8% das emissões de gases com efeito de estufa
O Observatório Português da Saúde e Ambiente avisa que faltam medidas para mitigar impactos das ondas de calor nas populações mais vulneráveis. Alterações ambientais devem integrar planos de formação dos profissionais de saúde.
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Saúde e ambiente andam de mãos dadas. Mas na teoria. Porque, na prática, por cá, desconhecem-se os reais impactos das alterações ambientais na saúde. E faltam medidas de mitigação de fenómenos climatológicos extremos, como as ondas de calor, nas populações mais vulneráveis. Num setor pouco consciencializado para o tema e que é responsável por 4,8% das emissões de Gases com Efeitos de Estufa (GEE). Sendo urgente a inter-relação entre as duas áreas.
O alerta é do Observatório Português da Saúde e Ambiente, que hoje apresenta o seu primeiro relatório e que contou com os contributos de cerca de cem especialistas. Pondo a nu fragilidades ao nível da adaptação às alterações climáticas e o impacto do setor da saúde no ambiente. Sendo responsável por 4,8% das emissões de GEE, acima da média europeia. Segundo o presidente do Conselho Português da Saúde e Ambiente (CPSA), que acolhe aquele Observatório, “seria necessário plantar mais de 168 milhões de árvores para compensar este volume de CO2 na atmosfera”. Defendendo que “um programa de redução [na Saúde] deveria ser uma prioridade política, orientado para boas práticas de sustentabilidade ambiental”.