Sindicato da PSP pondera apresentar providência cautelar para suspender plano de vacinação
SINAPOL exige que polícias se mantenham entre os grupos prioritários a serem vacinados contra a covid-19. Medida surge depois do coordenador da "task force", Henrique Gouveia de Melo, ter anunciado alterações ao plano devido à escassez de vacinas
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O Sindicato Nacional de Polícia (SINAPOL) está a "ponderar seriamente" apresentar uma providência cautelar para suspender aquilo que designa de "decisão arbitrária e sem sentido" de "afastar os profissionais da PSP do grupo de profissionais prioritários" a vacinar contra a covid-19. Esta reação surge na sequência de declarações do novo coordenador da "task force", Henrique Gouveia e Melo, que admitiu que a escassez de vacinas levou à alteração do plano inicial da vacinação, retardando a vacinação às Forças Armadas e forças de segurança, bombeiros, elementos de órgãos de soberania, como tribunais e o Parlamento, e mesmo médicos que não estejam na linha da frente.
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Para o SINAPOL esta decisão merece "repúdio e desagrado". "O SINAPOL considera um ultragem a decisão e classifica-a como uma enorme desconsideração para com os que todos os dias estão na linha da frente na fiscalização e implementação das medidas de contenção da pandemia em Portugal", defende. O sindicato liderado por Armando Ferreira alega ainda que "esta decisão pode pôr em risco a capacidade operacional da PSP ao nível de recursos humanos, facto que ainda esta semana foi comprovado pelo ministro da Administração Interna que, no Parlamento, tornou público que 10% do efetivo da PSP não trabalhou em janeiro devido ao covid-19". "Aguardamos idêntica tomada de posição pela Direção Nacional da PSP, pois em primeira instância é à Direção Nacional que cabe tomar as medidas necessárias para defender os seus profissionais", finaliza o SINAPOL.
Escassez de vacinas impõe redefinição do plano de vacinação
O SINAPOL assume esta posição depois do coordenador da "task force" ter revelado, em declarações ao jornal Expresso, que a escassez das vacinas e a necessidade de proteger os mais vulneráveis à covid-19 levaram a que fossem redefinidas as prioridades na vacinação. Henrique Gouveia e Melo adiantou que 90% das vacinas disponíveis destinam-se agora a "salvar vidas" e apenas 10% a "ir reforçando a resiliência do Estado em período de pandemia". Isto equivale "a retirar mais velocidade no ritmo de vacinação de profissionais de serviços essenciais do Estado, que também integram a primeira fase do plano e onde se incluem as Forças Armadas e forças de segurança, bombeiros, elementos de órgãos de soberania, como tribunais e o Parlamento, e mesmo médicos que não estejam na linha da frente".
Trata-se, disse Gouveia de Melo, de "um exemplo de adaptação do plano às condicionantes exteriores, preservando e focando a resposta no que é, de momento, mais premente e essencial". O vice-almirante referiu ainda que "este enfoque superior ao objetivo de salvar vidas acontece quando já foram reforçados os grupos mais prioritários da saúde e dos serviços críticos e essenciais".