Os revisores da CP marcaram uma greve nacional entre 21 de julho e 6 de agosto. A data coincide com a semana da Jornada Mundial da Juventude, altura em que Portugal espera mais de um milhão de pessoas. O Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante afirma que a data não foi escolhida propositadamente.
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O Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) decidiu marcar nova greve parcial, entre 21 de julho e 6 de agosto, para reivindicar os direitos laborais dos trabalhadores, abrangendo assim o período da visita do Papa Francisco a Portugal por ocasião da Jornada Mundial da Juventude.
Segundo Luís Bravo, presidente do sindicato, o principal problema da CP está na "discriminação" existente na grelha salarial. O sindicalista afirma que a empresa não distribuiu o orçamento que tinha de forma "igual e equitativa". "Nós fazemos parte daqueles que foram muito discriminados em termos de valores", garante.
Além disso, as principais questões que o sindicato pretende ver resolvidas prendem-se com "a equidade na distribuição do aumento complementar", com decisões internas da empresa que "põe em causa o posto de trabalho e a segurança da circulação", com a humanização das escalas e com a melhoria das condições de trabalho.
Sindicatos sem aumentos
De acordo com o presidente do sindicato dos revisores, no final do mês de junho, a empresa deu um aumento complementar a todos os trabalhadores, "menos aos nossos associados". "Isto é triste e lamentável porque em democracia os trabalhadores têm o direito de discordar", sublinha Luís Bravo.
Greve até setembro
A data da greve coincide com a semana da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o evento católico que se irá realizar em Lisboa e que irá trazer a Portugal mais de um milhão de pessoas. As greves na CP poderão causar vários constrangimentos, principalmente na cidade de Lisboa. No entanto, Luís Bravo garantiu que a data não foi escolhida com esse propósito.
Caso não haja um entendimento em breve, o sindicato assume que as greves irão continuar, independentemente dos eventos que possam estar a decorrer. "Se chegarmos a agosto e não tivermos o problema resolvido, iremos prolongar durante o resto do mês e para setembro", garante Luís Bravo.