Uma "anedota completa". É desta forma que os sindicatos reagem à proposta do primeiro-ministro para que os desempregados do turismo sejam reconvertidos para o setor social, acusando-o de tentar desviar as atenções da falta de resposta por parte da ministra da Segurança Social.
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Ao JN, Francisco Figueiredo, dirigente da Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal, afirmou que Costa fez "uma proposta sem pés nem cabeça". Recorda que "os trabalhadores de Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), lares e misericórdias têm formação específica e certificada". E "é preciso ter vocação para tratar de idosos".
A culpa pela escassez de trabalhadores nas IPSS deve-se, a seu ver, aos "salários miseráveis, à falta de condições e de equipamentos", desde logo de proteção contra a covid-19, e a "ritmos intensos de trabalho", com longas jornadas.
No turismo, Francisco Figueiredo diz que António Costa deveria "olhar para os verdadeiros problemas do setor" e preocupar-se com os atropelos aos direitos dos trabalhadores, bem como promover inspeções nas empresas, em vez de "tentar desviar as atenções do problema da ministra", que "não tem dado resposta à situação dos lares".
"O primeiro-ministro deveria pôr a Autoridade para as Condições de Trabalho nas empresas a fiscalizar", reclama o dirigente sindical.