A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) recebeu, com "dor profunda", a notícia da morte de Zilda Arns, médica pediatra, fundadora, no Brasil, da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa, vítima do trágico terramoto que se abateu sobre o Haiti.
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Por sugestão do seu irmão, então arcebispo de S. Paulo, cardeal Evaristo Arns, Zilda Arns dedicou-se, a partir dos anos 80, à defesa das crianças, livrando-as de morte prematura por falta de cuidados básicos. Mais tarde, alargaria os seus cuidados às pessoas idosas, igualmente vulneráveis.
Foi, como reconhecem os bispos brasileiros, uma vida devotada, "com amor apaixonado", à defesa da vida, da família e, de modo especial, ao cuidado das crianças empobrecidas.
Era uma "cidadã actuante", que conquistou "respeito e credibilidade" na sociedade brasileira e internacional, pelas suas posições claras e firmes em favor de políticas sociais, especialmente as da saúde. A sua obra alargou-se a vários países e conta com mais 260 mil servidores que, quotidianamente, se dedicam à causa das crianças e das pessoas idosas.
Zilda Arns estava no Haiti em missão, a convite da Conferência dos Religiosos e de autoridades civis daquele país.
O presidente da CNBB, D. Geraldo Lyrio Rocha, presidiu à missa do funeral e lembrou que fora "uma servidora de Deus e da Humanidade". A sua perseverança nas obras a que se dedicou "tinha motivações muito profundas na fé, na vivência do evangelho, no amor".
O exemplo de Zita Arns dá confiança inclusive aos crentes que perguntam a Deus pela falta de sentido de um sismo que ceifa milhares de vidas de gente boa.