A Direção Executiva do SNS quer uma equipa de profissionais de diversas áreas da saúde a assegurar a humanização nos cuidados prestados aos utentes nas ULS. Criou uma comissão que será coordenadada pelo médico Fernando Regateiro, que tem como prioridade a identificação e aplicação de boas práticas.
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A Direção Executiva anunciou esta segunda-feira a criação da Comissão Nacional para a Humanização dos Cuidados de Saúde, que pretende garantir a humanização na proteção da individualidade e qualidade dos cuidados dos utentes.
O responsável destacou a importância de os doentes serem tratados pelo nome, bem como saberem o nome dos médicos e dos enfermeiros que os acompanham. Depois, quando estão em casa e têm dificuldade com um medicamento, devem saber a quem telefonar, para serem esclarecidos e não ficarem preocupados, disse, salientando que são estes aspetos que acabam "por fazer a diferença".
Ao JN, Fernando Regateiro, coordenador da comissão, estabeleceu como prioridade a identificação de boas práticas e a realização de uma avaliação das necessidades e prioridades, para que a comissão possa “divulgá-las e através do conhecimento levar ao desenvolvimento de mais boas práticas, ou melhores, e que estas se possam intensificar e aprofundar”.
Devem existir ações de sensibilização dos utentes, familiares e profissionais de saúde assim como uma personalização do tratamento do doente, mudança de atitudes e comportamentos e a criação de uma plataforma de reflexão para a recolha de perceções e de informação, disse ao JN.
A comissão tem como objetivo focar na centralidade da pessoa e na sua dignidade. Assim, o coordenador considera que “ao escutar os utentes e dialogando com eles, ouvindo a sua opinião, vamos identificar necessidades mais prementes e os pontos que consideram mais relevantes”.
Para Fernando Regateiro, a “humanização tem a ver com atitudes, comportamentos, com o respeito pela pessoa e individualidade”. Acredita que é ao gerir a forma de comunicar e interagir com o utente, respeitando os seus momentos e a sensibilizar as pessoas nesse sentido que a humanização acontece.
Os meios de ação da comissão de humanização vão desde o tratamento do utente, à transição dos cuidados de saúde primários para os cuidados hospitalares. Regateiro defende que a história do paciente deve segui-lo.
O projeto aposta na promoção de cuidados centrados no percurso de saúde e de episódios de doença do doente e no papel dos profissionais de saúde nos processos de mudança, que dizem respeito à educação dos profissionais de saúde para incluírem boas práticas. ESta iniciativa também engloba as condições dos espaços onde os cuidados são prestados.
O projeto conta com uma equipa de profissionais de saúde, com experiência e reflexão em humanização da saúde e um representante de associação de doentes.
Ainda não existem medidas definidas pela comissão nacional de humanização, mas pretendem apresentar ações de intervenção em breve, revelou Fernando Regateiro ao Jornal de Notícias.