Vacinas da Pfizer e Moderna com eficácia nos 78% nos 65 a 79 anos e nos 68% acima dos 80, 14 dias após a segunda toma.
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Eram os dados que faltavam e que permitem calcular a imunidade de grupo. Afinal, qual a efetividade da vacina? O Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) deu, esta terça-feira, as primeiras respostas, com foco nas faixas etárias superiores. Para infeção sintomática e hospitalização, os peritos apuraram uma elevada efetividade das vacinas com tecnologia mRNA (Pfizer e Moderna), concretamente após duas tomas e ao longo do tempo.
Analisando a efetividade de duas doses 14 dias após a toma, no grupo dos 65 a 79 anos, apurou-se uma efetividade de 78% e nos maiores de 80 anos de 68%. Valores que caem para os 37% e 35%, respetivamente, quando só há uma dose. Impacto maior, e em linha com os estudos internacionais, verifica-se nas hospitalizações, com a efetividade dos maiores de 80 com duas tomas a chegar aos 85,1%. Para a faixa etária anterior, o INSA não conseguiu estimar por "ausência de registos".
Letalidade em Portugal
Efetividade é tanto maior quanto maior o tempo decorrido entre a toma da segunda dose. Assim, segundo explicou Ausenda Machado, na faixa 65-79 a efetividade chega aos 89% 14 a 27 dias após 2.ª dose, mantendo-se, depois, nos "80% até pelo menos 42 dias". Proporção que baixa para os 70% na faixa acima dos 80 anos. Segundo a investigadora do INSA, "a efetividade mantém-se ao longo do período observado", sem registo "de decaimento".
Ou seja, no "período entre doses, há alguma efetividade, mas ainda não no seu expoente máximo". Pelo que, "entre doses é importante a manutenção da proteção individual e a nível populacional das medidas implementadas".
Dados que se confirmam in loco, com André Peralta Santos, da Direção-Geral da Saúde (DGS), a revelar que apenas 5% dos internados em Cuidados Intensivos (UCI) têm a vacinação completa. Sendo que a faixa dos 40 aos 59 anos é a que mais camas de UCI ocupa.
Segundo o responsável da DGS, na última semana de junho, 68% do total de internados não estavam vacinados, 30% tinham vacinação incompleta e 2% tinham imunização completa. Apurando-se, assim, "uma redução do risco de mais de três vezes de hospitalização se se estiver infetado".
Em termos de letalidade, André Peralta Santos confirma que Portugal está acima da métrica do Centro Europeu para Prevenção e Controlo de Doenças, com mais de 10 óbitos por milhão de habitantes. Contando-se 47 óbitos de pessoas com mais de 80 anos e vacinação completa. Número que desce para os oito óbitos nos 65-79 e para os dois nos 50-64.