Só a privatização da Caixa separa Rui Rocha de Luís Montenegro

“A IL não faz parte da AD por vontade própria. Esta atitude é legítima e respeitável. Aquilo que está em causa nas legislativas é também a eleição de um primeiro-ministro. Vamos eleger deputados e uma linha de governo, uma liderança de Governo”, começou por dizer Luís Montenegro, durante o debate na SIC, apelando ao voto útil. 

Em resposta, Rui Rocha assumiu que a “solução para o país” está entre os dois. “Qualquer voto que não esteja representado nesta mesa atrasa a solução, bloqueia a solução e mantém o PS no Governo”, disse. Ainda assim, o liberal lembrou que a  “proposta do PSD não é suficiente para a transformação do país”. 

De seguida, entregou um documento com 10 desafios a Montenegro, frisando que  a proposta da AD para reduzir os impostos é insuficiente. O líder do PSD negou e atirou que a IL tem uma visão “redutora” neste tema.
Para Montenegro a sua proposta é mais completa porque inclui uma “redução da taxa de IRS máxima de 15% para os jovens” e a isenção dos prémios de “desempenho e produtividade”. Apesar disso, Montenegro salienta: “O objetivo [da IL e do PSD] é o mesmo”.

Caixa gera discórdia 

Na saúde, Luís Montenegro tentou diferenciar-se de Rui Rocha, notando que os liberais têm uma posição mais “concorrencial” entre os setores público, privado e social. Rui Rocha nota que “há terreno comum”, nomeadamente nas “parcerias público-privadas (PPP)”. 

Só na privatização da Caixa Geral de Depósitos os dois líderes partilharam posições antagónicas. Se para Montenegro o banco deve permanecer “público” e a funcionar como uma “válvula de segurança”, Rocha defende a privatização. O líder da IL vincou ainda que pretende um “Estado moderno”com “redução do setor empresarial, começando pela privatização da TAP”. Montenegro concordou.