A solução escolhida pelo Governo de construir o novo aeroporto Luís de Camões em Alcochete é do agrado de quase toda a Oposição. Só o PAN é contra por causa das questões ambientais.
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Pedro Nuno Santos lembrou que, há dois anos, enquanto ministro das Infraestruturas, avançou para a solução de Alcochete, num episódio que acabou por obrigá-lo a pedir desculpas ao país. “Um futuro Governo socialista nunca porá em causa esta solução, que é a correta. Nunca tive dúvidas de que Alcochete era a melhor”. Do lado do PS, o acordo é total: “Temos de avançar sem demoras”.
André Ventura, do Chega, não criticou a escolha de Alcochete, mas lamentou a ausência de um “plano detalhado sobre quando começa e quando vai acabar a obra do novo aeroporto”. Assim, “é um mero caderno de encargos”, acusou.
Mariana Mortágua, do BE, afirmou que Alcochete “foi sempre a decisão mais óbvia” e questionou “porque é que se demorou tanto tempo”. A seguir, deu a resposta: “Sabemos que essa decisão foi dificultada até hoje pela Vinci, que é a dona privada da ANA”.
Para Rui Tavares, do Livre, a decisão “peca por tardia” porque “o aeroporto deve sair desta cidade” e a alternativa do Montijo era pior: “A decisão do Montijo era má do ponto de vista ecológico e era má do ponto de vista das necessidades aeroportuárias do país”. António Filipe, do PCP, foi a ação das câmaras da CDU que “impediu que se avançasse para uma solução desastrosa que era Portela+1”.
A única a destoar foi Inês Sousa Real, do PAN, que não concorda com a escolha: “Não tem em consideração as preocupações ambientais e a preocupação com a qualidade de vida das populações”. A deputada aponta, em concreto, as preocupações do partido animalista com a “ave e fauna” da região, bem como com a ” produção de ruído”.
Do lado dos partidos que sustentam o Governo - PSD e CDS-PP -, sobraram elogios à decisão. Hugo Soares, do PSD, disse que os portugueses "sabem que quem propôs comissão técnica foi o então líder da Oposição e agora primeiro-ministro". Paulo Núncio, do CDS-PP, corroborou o elogio: "Estamos perante um Governo que está a governar, que está a tomar decisões depois de a comissão técnica ter analisado as várias opções e ter feito o seu relatório".