O primeiro eclipse lunar do ano vai ser discreto. Apenas será visível numa pequena faixa do Centro e do Sul de Portugal. A cidade de Vila Real de Santo António será o melhor local para observá-lo: tem seis minutos, a partir das 20.25 horas, para fixar os olhos no céu noturno e apreciar a diminuição do brilho da Lua.
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No momento em que a Lua nasce, às 20.25 horas de sexta-feira, o eclipse penumbral surgirá nos céus de Vila Real de Santo António, no Algarve, mas o fenómeno de redução do brilho da Lua é de curta duração: apenas se estenderá até às 20.31 horas. O momento de melhor visibilidade é às 20.28 horas. Para que consiga ver o eclipse, é necessária muita atenção. Isto, porque o eclipse que ocorrerá é penumbral, ou seja, a Lua continuará iluminada, havendo uma ligeira diminuição do brilho.
Além de Vila Real de Santo António, a penumbra do satélite natural da Terra poderá ser vista numa pequena faixa de Portugal, nomeadamente em parte dos distritos de Portalegre e de Beja. "Mas mesmo no melhor local, em Vila Real de Santo António, só é possível observar durante cerca de seis minutos, com a Lua a menos de 1 grau acima do horizonte e com a penumbra a afetar, no máximo, cerca de 1% da Lua", explicou, ao JN, Ricardo Reis, do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço do Porto. O próximo eclipse visível a partir de solo português será a 28 de outubro.
O fenómeno desta sexta-feira poderá ser apreciado noutras partes do mundo, nomeadamente dos continentes europeu, asiático e africano, com destaque, por exemplo, para a África do Sul, Tailândia, Índia, Coreia do Sul, Turquia, Vietname, Austrália, Rússia, Grécia, China, Japão e Iraque.
Diferentes eclipses
O eclipse lunar acontece quando o planeta Terra fica alinhado com o Sol e impede, total ou parcialmente, a passagem de luz solar para a Lua. Podem ocorrer três tipos de eclipses, dependendo "em que parte da sombra da Terra a Lua passa".
O eclipse total acontece quando a Lua passa na parte escura da sombra provocada pela Terra, a que se designa a umbra. No entanto, devido "à luz do Sol que é desviada pela atmosfera da Terra", a Lua "não fica totalmente escura, mas sim avermelhada", esclareceu Ricardo Reis. O eclipse parcial ocorre quando apenas uma parte da Lua passa na umbra.
Na zona de penumbra, que é "onde há uma mistura de sombra e de luz" solar, ocorre o eclipse penumbral. "Quando a Lua entra na penumbra da Terra, há uma ligeira diminuição do brilho, mas esta continua a ser iluminada", indicou Ricardo Reis, acrescentando que "estes são os eclipses mais difíceis de ver, porque a diminuição de brilho é muito ligeira".
Mais um este ano
Este ano, ocorrerá só mais um eclipse visível a partir de Portugal: acontecerá a 28 de outubro. Mesmo assim, este eclipse apenas irá "esconder" 12% da Lua.
No entanto, o Sol também se irá esconder em 2023. O eclipse anular do Sol poderá ser apreciado a 14 de outubro, mas não será visível da Europa. Será anular em algumas "partes do EUA, América Central e parte norte da América do Sul. No resto das Américas, será parcial", sublinha Ricardo Reis.
Daqui a cerca de dois anos, em 2025 é que será possível assistir ao eclipse do Sol em Portugal. A 29 de março, a ocultação do astro variará entre os 22% (em Vila Real de Santo António) e os 30% (em Valença) no território continental, enquanto, nos Açores, vai até cerca de 57%., em particular nas ilhas das Flores e do Corvo.