Em 2018, pouco mais de um terço (34,9%) dos alunos portugueses de 15 anos tinham à sua disposição uma plataforma de ensino à distância nas escolas. Um número muito aquém da média dos 79 países/economias (54,1%) que participaram no Programa de Avaliação Internacional de Alunos (PISA).
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No relatório, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), apresentado esta terça-feira, os autores destacam que apesar dos efeitos da pandemia de covid-19 não se refletirem nos dados, estes vão acentuar as "profundas desigualdades" encontradas nos países analisados e reduzir o investimento na educação.
Um dos aspetos analisados pelo documento, que é o quinto de uma série de seis, tem a ver com o acesso às novas tecnologias, cuja necessidade foi potenciada pelo ensino à distância devido à covid-19. Na média da OCDE havia 0,8 computadores por aluno, mas o fosso acentuava-se entre países como o Brasil, com quatro alunos para um computador (0,25) e o Reino Unido com 1,25 computador por cada aluno.
No documento não traz a média para Portugal neste parâmetro, mas em outros, como o da velocidade da largura de banda, apenas em 32% dos estabelecimentos de ensino esta era suficiente, contra uma média de 67,5% na OCDE.
Melhor percentagem era a das escolas com programas específicos para ensinar aos alunos como usar a internet de forma responsável. Aqui Portugal com 62,2% ficava acima da média de 59,5%.
Os autores consideram que o acesso à internet potencia o desempenho a nível da leitura. Mas alertam que o acesso aos meios não é suficiente: os professores também têm de estar preparados para usar a tecnologia.
Ainda a nível de recursos disponíveis, os diretores das escolas apontam a falta de docentes e de auxiliares de ação educativa como dois impedimentos no funcionamento dos estabelecimentos. A fala de auxiliares é a mais acentuada: 67,7%, muito acima dos 32,8% da média. Menor diferença é a da falta de professores: 31,8% em Portugal contra 27,1 na OCDE.