O anúncio do avanço de Carlos Moedas como candidato à Câmara de Lisboa pelo PSD-CDS fez agitar as hostes socialistas. Vários militantes do Partido Socialista estão a partilhar nas redes sociais um vídeo de dois minutos no qual são recordadas algumas decisões, durante os anos da troika.
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No vídeo é lembrada a entrega do Metro de Lisboa e da Carris, hoje sob gestão municipal, à empresa mexicana Avanza, em 2015, já depois de Moedas ter deixado o governo de Pedro Passos Coelho em setembro de 2014 para rumar a Bruxelas e assumir a pasta da Investigação, Ciência e Inovação na Comissão Juncker. Antes, Carlos Moedas assumiu a pasata de secretário de Estado-Adjunto do primeiro-ministro e acompanhou a coordenação e o programa de assistência económica e financeira ao país.
Outra das decisões recordadas é o chumbo, por parte do PSD, do passe único que passou a vigorar na Área Metropolitana de Lisboa, lembrando que "hoje o transporte das crianças é gratuito e para os reformados é metade". O vídeo invoca também a decisão da autarquia de limitar a abertura de mais unidades de alojamento local nos bairros históricos, medida que teve a oposição do PSD local. "Esta é só uma amostra daquilo que o PSD quer para Lisboa, mesmo que agora tente disfarçar", ouve-se no vídeo, pedindo aos lisboetas que "fixem a cara e a coroa" de Carlos Moedas.
https://www.facebook.com/martinho.goncalves.18/videos/4149213518421958
O presidente da concelhia de Lisboa do PS, Sérgio Cintra, disse não ter conhecimento de quem começou a divulgar o vídeo nas redes sociais, mas confirma que está a ser partilhado. Quanto à candidatura de Carlos Moedas diz que ainda "não se percebeu o que representa, nem quem são os rostos e as ideias que têm". "O PSD entendeu que era este o momento, nada a dizer sobre isso. Faz parte do processo eleitoral. É demasiado cedo para se perceber o que propõe", considera.
Medina sem pressa
Sérgio Cintra diz que não há ainda uma decisão formal sobre a recandidatura do atual presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, nem um prazo para tal acontecer. "Este não é o momento", diz, lembrando que, nas autárquicas de outubro de 2017, o candidato foi apresentado no verão, entre junho e julho. "Fernando Medina tem todas as condições para ser candidato, mas este não é o momento para ser, é o momento para resolver os problemas da cidade", diz.
Moedas está a reunir o apoio de vários pequenos partidos, uma coligação de centro-direita que o líder concelhio garante não assustar o PS. "Não considero que o PS esteja em desvantagem. Não é a soma dos vários partidos que os transforma em algo mais do que são individualmente, sem ideias para responderem aos problemas das pessoas", considera Cintra.