Sociedade de Contraceção quer rastreio e testes pagos à clamídia

 “A clamídia é a transmissão sexual mais frequente nas mulheres jovens, abaixo dos 25 anos, pelo que é urgente incentivar a criação de um rastreio, que tem de passar pelos cuidados primários de saúde e por sensibilizar os jovens”, afirma Fátima Palma, presidente da Sociedade Portuguesa de Contraceção. Para tal, é necessário que os centros de saúde possam prescrevê-los, recomenda a dirigente, que é também médica especialista a trabalhar, sobretudo, com adolescentes.

Fátima Palma fala na importância de haver um rastreio para as infeções sexualmente transmissíveis a nível nacional, além daqueles que já existem e são direcionados para grupos de risco. Neste momento, o processo estará “em marcha”, mas não são avançados dados nem datas. “O ideal seria começar a montar a rede de rastreio já no próximo ano”, insta Fátima Palma.

“O rastreio pode ser feito nas consultas de planeamento e medicina familiar e em consultas hospitalares, mas devem existir, também, locais onde as próprias jovens façam o autoteste e possam entregá-lo. Seria o ideal numa primeira fase”, propõe a especialista.

A partir do 3.º Ciclo

A intervenção deve estender-se, ainda, ao plano educativo. “Atualmente, noto que os adolescentes têm melhor conhecimento dos métodos contracetivos do que das infeções sexualmente transmissíveis. Temos um bom número de cobertura dos meios de contraceção e, se calhar, está na altura de abordar mais as infeções”, recomenda.

Desta forma, a presidente da sociedade crê que estas matérias devem ser incluídas nos conteúdos de educação sexual nas escolas. Ora, com um início da vida sexual, em média, aos 16 anos, é recomendável que este conhecimento comece a ser ministrado “no 3.º Ciclo” do Ensino Básico (ou seja, a partir do 7.º ano) e como forma de “prevenção”.