A Cáritas, prestigiada instituição cristã, a nível internacional, nacional, diocesano ou paroquial, tem uma rica experiência de solidariedade, na prática efectiva do evangélico mandamento novo da caridade.
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A tarefa, porém, a qualquer nível, não é fácil, como se concluiu nas Jornadas Nacionais da Cáritas Portuguesa, subordinadas ao tema "Combate à pobreza e à exclusão social pelos caminhos da inovação social", realizadas em 24 e 25 do mês corrente, em Setúbal.
Para entendermos a complexidade, basta referir que, entre 1991 e 2000, 46% dos cidadãos portugueses passaram pela situação de pobreza, pelo menos em um desses seis anos. Por isso, a ultrapassagem dos problemas actuais (pobreza, precariedade do trabalho, desemprego, desigualdades sociais, e redistribuição injusta dos rendimentos) dependerá de uma tomada de consciência responsável da cidadania activa. É necessário respeitar, entre outras, as regras seguintes: "dar prioridade ao emprego, à educação, à defesa do ambiente e dos recursos naturais, materiais, culturais e sociais; combater o desemprego e a precariedade do trabalho, adoptando políticas que favoreçam e não agravem as desigualdades sociais; a participação do Governo, autarquias, instituições de solidariedade social e cidadãos, no sentido de uma política de redistribuição social e económica mais justa; necessidade de o Estado não permitir que um único cidadão português viva com um rendimento abaixo do limiar de pobreza; e a necessidade das empresas assumirem de forma ética o princípio de responsabilidade social empresarial.
Precisamos todos de mudar de rumo na vida.