Só os eleitores do Chega e da Iniciativa Liberal acreditam que haverá eleições legislativas antecipadas e, nesse caso, depois das europeias do próximo ano.
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O estado da nação pode não ser o melhor, mas é cada vez mais provável que o atual Governo dure até ao final da legislatura, ou seja, até ao outono de 2026. É essa, pelo menos, a opinião maioritária dos portugueses (56%), de acordo com uma sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF. Quase a mesma percentagem dos que não acreditam que o PSD tenha, nesta altura, condições para ser alternativa ao PS (54%).
Em finais de maio, as opiniões sobre o futuro do Governo estavam praticamente divididas a meio: 44% dos inquiridos acreditavam que cumpriria o mandato, 42% que seria demitido antes disso pelo presidente da República. Pouco mais de um mês depois, tudo mudou e por cada português que prevê um fim antecipado para o primeiro-ministro António Costa há dois que estão convencidos que ficará por mais três anos.
Essa previsão é quase unânime entre todos os segmentos da amostra (geografia, género, idade, classe social e voto partidário). As duas exceções são os eleitores do Chega e da Iniciativa Liberal, que ainda acreditam no fim prematuro do poder socialista. Quando se pergunta a essa minoria quando será esse fim, três quartos apontam para depois das eleições europeias do próximo ano.
Esquerda “veta” PSD
Note-se a quase coincidência na percentagem entre os que apostam na continuidade do Governo e os que não acreditam que o PSD possa ser alternativa ao PS, em caso de eleições antecipadas. Uma coincidência que se esgota no número, uma vez que a análise por segmentos revela algumas diferenças.
Em particular quando se tem em conta os segmentos do voto partidário: a maior desconfiança relativamente a Luís Montenegro vem dos eleitores dos três maiores partidos da Esquerda (CDU, PS e BE, por esta ordem), enquanto os sociais-democratas e os liberais são os únicos que acreditam na força dessa alternativa. Ainda assim, um em cada quatro eleitores do PSD também não encontra essa força no seu partido.