O tabaco aquecido chegou ao mercado nacional há oito anos como uma alternativa aos cigarros tradicionais, por ser alegadamente um produto menos prejudicial para a saúde. A Tabaqueira entrou neste mercado mas, atualmente, este produto “representa apenas 15% das vendas” da empresa.
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“O esforço financeiro está lá, mas depende das pessoas”, defendeu esta quinta-feira o administrador Rui Minhós, durante um debate no QSP Summit, em Matosinhos, focado nas mudanças vividas por empresas de diferentes setores após a pandemia.
De acordo com o administrador da Tabaqueira, a empresa teve de se adaptar e criar alternativas, procurando produtos menos nocivos para os consumidores.
Por exemplo, a Philip Morris, empresa-mãe da Tabaqueira, já investiu cerca de 11 milhões de euros para serem estudados e criados produtos menos nocivos e sem combustão. “Com base em estudos epidemiológicos de décadas sobre o consumo do cigarro, ficamos a saber como é que se desenvolvem as doenças originadas pelo tabagismo”, declarou Rui Minhós, acrescentando que a principal causa destes problemas de saúde “assenta na combustão da planta do tabaco e que a nicotina provoca apenas a dependência dos fumadores”.
Segundo o administrador, a nicotina pode também ser parte da solução para a substituição dos cigarros tradicionais. “Se conseguirmos entregar a nicotina de forma menos nociva em produtos sem combustão, conseguimos fazer com que os fumadores transitem mais facilmente para opções mais limpas e saudáveis”, disse, sem comentar a proposta de lei do Governo para restringir os locais de venda e de consumo de tabaco.
“Produção desafiante”
Os impactos destes produtos “vão depender do nível de aceitabilidade por parte dos fumadores”, disse Rui Minhós, reconhecendo que esta transição “é desafiante”. Os novos substitutos não podem ser motivo para “desencadear a iniciação de novos consumidores”, nem podem levar a que ex-fumadores retomem o hábito.
O evento contou também com o diretor de Estratégia da Sogrape, André Campos; com a responsável de Relações Externas, Comunicação e Impacto Social da Galp, Ana Silveira e com o CEO da Vila Galé Hotéis, Gonçalo Rebelo de Almeida.