Bento XVI, os patriarcas ortodoxos de Constantinopla e de Moscovo, e o arcebispo anglicano da Cantuária são algumas das personalidades que recordam o 70.º aniversário da Comunidade de Taizé, fundada a 20 de Agosto de 1940, em França.
Corpo do artigo
Nas mensagens que têm chegado ao actual prior da comunidade, Irmão Alois, são também evocados os cinco anos da morte do seu fundador, o Irmão Roger, assassinado a 16 de Agosto de 2005.
Bento XVI fala do fundador da Comunidade de Taizé como uma "testemunha infatigável do Evangelho de paz e de reconciliação", um "pioneiro nos caminhos difíceis da unidade entre os discípulos de Cristo". Observa que o Irmão Roger "fez nascer uma comunidade que continua a ver vir até ela milhares de jovens do Mundo inteiro, em busca de um sentido para a sua vida, acolhendo-os na oração e permitindo que eles façam a experiência de uma relação pessoal com Deus".
O patriarca ortodoxo de Constantinopla, Bartolomeu I, salienta que Taizé tornou-se "um ponto de convergência e de encontro". Refere que a Comunidade é "um lugar de aprofundamento na oração, na escuta e na humildade. Um lugar de respeito pela tradição do outro".
O patriarca ortodoxo de Moscovo, Cirilo I, valoriza a sensibilidade bíblica e histórica do fundador daquela Comunidade. "Dos vários encontros que tive com o irmão Roger, percebi, de cada vez, o quanto ele conhecia e compreendia a tradição da antiga Igreja e o quanto a Palavra de Deus e a obra dos Padres da Igreja eram um fundamento na sua experiência espiritual pessoal".
O arcebispo da Cantuária, Rowan Williams, escreve que o irmão Roger vai continuar a ser celebrado "como alguém que nos dá confiança na ressurreição e que nos desafia a viver pela ressurreição", acrescentando que, "à luz do seu testemunho, tornamo-nos livres para olhar as crises e traumas do nosso tempo."
O duplo aniversário da instituição da Comunidade de Taizé e da morte do seu fundador foi evocado numa celebração a decorrer em Taizé a 14 do mês corrente.
A Comunidade prepara-se para lançar um pequeno livro para os jovens com alguns textos do Irmão Roger, intitulado "Viver para amar". A obra, que em Portugal vai ser editada pelas Paulinas, é prefaciada pelo Irmão Alois.
Taizé, ao longo dos anos, tornou-se placa giratória de jovens à procura de si mesmos, uns dos outros e de todos e de cada um com Deus, numa prática efectiva do ecumenismo.