Foram pedidos 1800 euros por passageiro aos que tinham bilhetes de regresso a Portugal de outras companhias.
Corpo do artigo
13370352
Os passageiros portugueses ou residentes em Portugal que ficaram retidos no Brasil devido à suspensão de voos, a 29 de janeiro, estão chocados com o valor pedido pela TAP para poderem regressar no voo humanitário do próximo sábado: 1800 euros por pessoa, cerca do triplo do habitual, a quem não tem bilhete da companhia portuguesa. No sentido inverso, estando autorizado o transporte de brasileiros retidos em Portugal, no voo desta sexta-feira, os valores são também próximos dos mil euros. Fonte do Governo assegurou, ao JN, que estes valores não correspondem ao praticado, apesar de terem estado no site da TAP durante o dia de ontem. A companhia não respondeu ao JN.
À medida que os passageiros sinalizados pelos consulados de Portugal no Brasil foram sendo contactados pela TAP, por ordem de prioridade, a ansiedade aumentava entre os que esperavam lugar no avião deste sábado, autorizado a voar para Lisboa quando todo o tráfego está suspenso até 1 de março. Confirmados os casos de doença e com crianças, os contactos passaram aos passageiros sem motivos prioritários e sem bilhete TAP. A estes, foi oferecida vaga a bordo por 1800 euros por pessoa. Este foi o mesmo preço que a pesquisa JN encontrou, ontem, no site da companhia, antes de a mesma ser questionada. Ao final do dia, a tarifa desapareceu. Fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros assegurou que não foi esse o preço praticado.
poupar centenas
A TAP não explicou o motivo da tarifa tão elevada, a tempo do fecho desta edição, nem se aquele preço estava autorizado num voo humanitário. Na Air Europa, por exemplo, o percurso entre S. Paulo e Lisboa, com escala em Madrid, custa, no mesmo dia, 335 euros. No sentido inverso, para sexta-feira, os preços da TAP estão mais moderados, rondando 900 euros. Ainda assim, impraticáveis para quem já tinha comprado bilhete e não consegue o reembolso imediato. Curiosamente, a rota Lisboa-Madrid-S. Paulo, com a TAP no primeiro trecho e a Latam no segundo, está a custar 287 euros.
PRESSÃO
Sem dinheiro e sem tempo para testes PCR
Quem aguarda um telefonema da TAP para saber se vai ter lugar a bordo, quer para S. Paulo quer para Lisboa, tem até amanhã para conseguir vaga para realizar o teste PCR obrigatório antes do embarque. Quem não tem como pagar os 100 euros do teste relata o recurso a esquemas insólitos. "Já comprei viagens de 10 euros para os Açores para fazer o teste cá, é o Governo de lá que paga", contou um dos passageiros, sem fundos para despesas extra.