Solução é equacionada em Espanha como forma de acelerar o processo, Portugal diz ser desnecessário.
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O grupo de trabalho que coordena a campanha da vacinação contra a covid-19 em Portugal não pondera, para já, incluir as empresas na administração de vacinas. A solução está a ser equacionada em Espanha. Segundo o jornal "La Razón", em maio, o Governo espanhol deverá dar luz verde a um plano para que as empresas possam colaborar na imunização dos seus trabalhadores, de forma a aliviar a pressão no sistema de saúde e multiplicar os postos de vacinação no país.
Para a task force, em Portugal, "não se antecipa um cenário em que exista a necessidade de recorrer a soluções" semelhantes. De acordo com o grupo de trabalho, liderado pelo vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, "a capacidade instalada na rede de cuidados de saúde do Serviço Nacional de Saúde [SNS], incluindo os centros de vacinação rápida, é suficiente para garantir o essencial da necessidade de vacinação contra a covid". Ainda assim, "outras soluções poderão ser equacionadas sempre que necessário".
O presidente da Associação Empresarial de Portugal admite que, caso a medida fosse replicada em Portugal, as empresas estariam disponíveis para colaborar. "O sistema que está a funcionar deve manter-se, pelo menos, até termos as pessoas até aos 60 anos de idade inoculadas. Isto não quer dizer que o SNS não possa continuar a vacinar nas faixas etárias inferiores, mas penso que as empresas podem ser uma enorme ajuda, sobretudo as que têm medicina no trabalho", disse Luís Miguel Ribeiro.
Também a Sociedade Portuguesa de Medicina no Trabalho (SPMT) mostra-se disponível para "ser parte da solução", desde que haja "condições" e contratualização para o efeito. "A saúde ocupacional cumprirá tudo o que possa cumprir dentro dos serviços relacionado com os trabalhadores. Tem é que haver condições e uma contratualização. O que aconteceu durante esta pandemia foi muita exigência na saúde ocupacional quando, às vezes, as condições contratuais são as mais precárias", contou Jorge Barroso Dias, presidente da SPMT.
Já a Confederação Nacional da Agricultura considera que "o combate eficaz à pandemia passa pelo SNS", que deve ser "reforçado".
Apoiar testagem
O presidente da Confederação do Comércio e Serviços considera que, no que toca ao processo de vacinação, a situação entre Portugal e Espanha "não é comparável", tendo em conta "a forma como o processo está organizado" no nosso país. João Vieira Lopes admite que as empresas podem dar um contributo na testagem.
Aliviar pressão
Segundo o jornal "La Razón", em Espanha, a entrada das empresas no processo permitirá aliviar a pressão no sistema de saúde pública e multiplicar os pontos de inoculação. Além disso, ajudará a alcançar a imunidade de grupo dentro do prazo estipulado pelo Governo, ou seja, no fim de agosto.
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