Tavares acusa Montenegro de ser "fraco farol" e estar "desorientado na sua bússola moral"
O porta-voz do Livre acusou este domingo o primeiro-ministro e líder do PSD, Luís Montenegro, de ser “um fraco farol” e estar “completamente desorientado na sua bússola moral” ao guiar o país para situações "muito difíceis".
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“Muito fraco farol foi Luís Montenegro porque, basicamente, ele próprio completamente desorientado na sua bússola moral deixou o país mais confuso porque deveria, neste século XXI, Portugal ter muito claro que quando um chefe de executivo é chefe de executivo trabalha para os portugueses não trabalha para mais ninguém”, afirmou Rui Tavares junto à Quinta dos Ingleses, em Cascais, no distrito de Lisboa, numa manhã dedicada ao ambiente.
Esta apreciação do dirigente do Livre surgiu depois de Luís Montenegro ter dito no sábado sentir “a responsabilidade de ser o farol do país”, com a oposição sempre a olhar para trás, apelando a que os portugueses que querem estabilidade “votem massivamente” na Aliança Democrática (AD).
Rui Tavares, acompanhado do deputado do Livre na Assembleia Municipal de Oeiras, Tomás Cardoso Pereira, considerou que Luís Montenegro “não tem sido grande farol” para Portugal porque, considerou, onde um farol deve guiar o país numa direção de querer chegar mais longe e em segurança o que ele tem feito é baixar a fasquia da política.
Em sua opinião, Luís Montenegro tem conduzido o país para situações das quais é muito difícil tirar o país. “Desde logo, fazendo uma total confusão entre aquilo que é a esfera privada, a esfera patrimonial, a esfera partidária e a esfera pública”, frisou.
Rui Tavares considerou que os melhores exemplos não vem de Luís Montenegro e defendeu que os conflitos de interesses devem ser apanhados e sanados no início.
“Haver uma empresa na sua esfera familiar na qual ainda é depositado regularmente rendimento de empresas privadas para as quais Luís Montenegro trabalhou e clientes que ele angariou não percebo que farol exatamente consegue ser Luís Montenegro”, atirou.
Segundo o porta-voz do Livre, o eleitorado ao votar em Luís Montenegro está a justificar estes tipos de comportamentos e a rebaixar a fasquia da ética na política em Portugal.
À tarde, numa ação de distribuição de panfletos no Parque das Nações, em Lisboa, Rui Tavares acresentou: “A estabilidade que Luís Montenegro pede é, na verdade, poder, o que ele quer é que lhe demos o poder e ele, em troca, não nos dará grande estabilidade”.
“Trata-se de alguém que ainda agora deitou abaixo o seu próprio Governo apenas por eleitoralismo quando poderia ter esclarecido tudo na Assembleia da República ou até se ter afastado para permitir que o seu partido escolhesse um outro primeiro-ministro”, apontou.
Esquerda está a “uma bola no poste” de ultrapassar a direita
O porta-voz do Livre advertiu o eleitorado de que nesta última semana de campanha a esquerda está a “uma bola no poste” de ultrapassar a direita e que, até dia 18 de maio, está tudo em aberto. “Entramos nesta segunda semana de campanha ali à distância de uma bola no poste de podermos fazer a diferença”.
Um dia após o jogo Benfica – Sporting que, devido ao empate remeteu a decisão do campeão nacional para a última jornada, Rui Tavares aproveitou para dizer que também nas eleições legislativas tudo se decide no último dia, ou seja, no dia 18 de maio. “As pessoas têm de perceber que há esperança até ao último minuto, mas tudo depende de como votarem”, referiu.
Segundo Rui Tavares, que tem criticado a direita por já estar a cantar vitória antes do tempo, a decisão está nas mãos dos portugueses. “O seu voto traz poder e é algo fácil de fazer, é só ir ao local, colocar ou não uma cruzinha no boletim e meter na urna, temos de fazer a pedagogia do voto”, frisou.
Em dia de eleições antecipadas, onde estão inscritas mais de 333 mil eleitores, o dirigente salientou que votar significa mudar o país.
Nesta reta final, Rui Tavares acredita que a esquerda das liberdades, do ambiente, da economia, da ação social, do projeto europeu, dos direitos humanos vai conseguir ultrapassar a direita das privatizações, dos factos consumados, da retirada dos direitos e do dinheiro que fala mais alto do que a voz das pessoas.
Dessa forma, os eleitores estão a ajudar a mudar a polaridade de debate, concluiu.