Livre ascende a 5.ª força política nacional, com 4,20% dos votos, e soma seis deputados, dois pelo círculo eleitoral de Lisboa, dois pelo Porto e um por Setúbal.
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Se as primeiras projeções colocavam o Livre na sexta posição, com o avançar da noite o partido fundado por Rui Tavares em 2014 haveria de ascender a 5.ª força política nacional, com 4,20% dos votos e seis deputados eleitos – três por Lisboa, dois pelo Porto e um por Setúbal –, em 2024 ficou na 7.ª posição. Tavares, que foi reeleito pelo círculo eleitoral de Lisboa, mostrou-se indignado com a ascensão da extrema-direita nestas legislativas e assegurou que o partido vai criar um movimento nacional para “conquistar espaço à Direita radicalizada”.
“Nós não nos conformamos, nós não baixámos os braços, e nós não achamos que seja normal ter um país em que a Direita se radicalizou e está num crescendo muito grande, com a extrema-direita, com tantos deputados”, atirou Rui Tavares, já depois das 23.30 horas, no Teatro Thália, em Lisboa, quartel-general do partido, depois de fechada a contagem de votos em todas as freguesias do país.
O porta-voz e fundador do partido assegurou que o Livre irá a “todos os cantos deste país” e dinamizará um movimento para reverter, já nas eleições autárquicas, o crescimento da extrema-direita. “O Livre apresentará o máximo de listas progressistas para disputar no terreno a Direita radicalizada que temos no nosso país”, afirmou Tavares, que aludiu ainda ao movimento internacional de extrema-direita que tem vindo a ganhar dimensão em vários países europeus.
“Os sinais são de que é possível um crescimento por parte do Livre para, no fundo, alcançar aquilo que nós desejamos, que é podermos ser o dínamo de uma alternativa progressista e ecológica de governação em Portugal”, havia dito Tavares à chegada ao Teatro Thália, pouco depois de conhecidas as primeiras projeções, que apontavam já ao crescimento do partido neste escrutínio.
Voto dos emigrantes
Tavares manifestou ainda preocupação pelos problemas registados com a votação dos emigrantes, cujos resultados serão conhecidos a 28 de maio. “Aquilo que nos inquietou foi ver relatos de dificuldades a votar por parte dos nossos emigrantes, temos que resolver isto”, assinalou o porta-voz do partido e deputado reeleito.
Também Isabel Mendes Lopes, co-porta-voz do Livre, assumiu estar muito preocupada com a ascensão da extrema-direita. “Estes resultados preliminares mostram que uma Direita radicalizada continua em maré alta e, portanto, essa é uma grande preocupação do Livre”, afirmou, no Teatro Thalia, a também líder parlamentar do Livre. Numa curta declaração, Isabel Mendes Lopes assegurou que o partido tudo fará para conquistar esse espaço à Direita radicalizada porque o país não é “feliz” com o ódio.