A alteração ao decreto-lei 25/2019 baixou esta sexta-feira à especialidade, e os técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica "acreditam que esta votação seja um sinal" de que as suas reivindicações sejam ouvidas.
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O Governo nivelou pelo patamar dos 1200 euros a remuneração mínima destes profissionais mas não contou o tempo de serviço e é nesse ponto que os sindicatos reclamam justiça.
Fernando Zorro, vice-presidente do Sindicato dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica, explica que houve sensibilidade da parte de vários partidos para repor o tempo de serviço dos profissionais, em termos de progressão de carreira, e de índice remuneratório respetivo, pelo que "tudo indica que a nova proposta seja melhorada". Quanto à ameaça de greve prevista para este mês, o representante sindical refere que a decisão será tomada esta tarde.
As propostas de alteração à lei publicada a 11 de fevereiro baixaram ao final da manhã à especialidade na Comissão de Saúde para discussão e aprovação. O BE, PCP, PSD e CDS-PP estiveram de acordo na classificação de "mau" atribuída ao decreto-lei do Governo, que uniformiza salário e faz "tábua rasa" dos anos de trabalho destes profissionais.
"O que está a acontecer é que um profissional com 20 anos de serviço ganhe tanto como alguém que entrou na profissão a 1 de abril", explica Fernando Zorro. A acontecer como atualmente previsto, 97% dos técnicos ficariam inseridos na mesma categoria e "na cá de baixo", explica o sindicalista. Nas suas contas, apenas 256 dos 8000 profissionais encaixariam noutros patamares.
Estes profissionais recusam o diploma, disse Moisés Ferreira, do BE, porque é "uma má proposta". O BE levou o decreto-lei a apreciação, para que sejam feitas alterações. Moisés Ferreira explicou ainda que apenas não se fez cessação da vigência do diploma para não criar um vazio na carreira.
Para a deputada comunista, Carla Cruz, o diploma faz "tábua rasa dos anos de trabalho, do conhecimento e das competências atualmente adquiridas destes profissionais". A social-democrata Ângela Guerra considera que é preciso resolver um problema criado pelo Governo. Isabel Galriça Neto, do CDS-PP, defende, por seu lado, que houve "falta de consideração" por estes profissionais. O CDS-PP acompanha as propostas apresentadas e sublinha que há espaço para "corrigir uma grave injustiça".
Já o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Francisco Ramos, lembra que há 20 anos que os profissionais esperavam por esta carreira e há mais de 10 que tinham direito e esta revisão, e que o PSD não foi capaz de a concretizar.
O governante diz que o Governo gostaria de ter ido mais longe na valorização de mais de 8 mil trabalhadores, mas que conseguiu, ainda assim, que cerca de 5500 profissionais obtivessem valorizações para os 1200 euros.
Os técnicos de diagnóstico e terapêutica são constituídos por 19 profissões e abrangem áreas como as análises clínicas, a radiologia, a fisioterapia.