O uso de tecnologia no diagnóstico precoce do glaucoma pode ser um travão para o agravamento dos casos e, eventualmente, evitar a cegueira irreversível. Estudo do Centro Cirúrgico de Coimbra e da Altice Labs indica que automação do exame é o caminho para a prevenção.
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Os sintomas do glaucoma manifestam-se silenciosamente, tornando mais difícil o processo de diagnóstico. Quando descoberto em fases mais avançadas, a perturbação visual agrava-se para uma perda gradual da visão, podendo resultar em cegueira irreversível.
Em 2040, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 111 milhões de pessoas sofram de glaucoma. É também a principal causa de cegueira irreversível. Face aos números apresentados e dificuldade na avaliação de casos de risco, está a ser levada a cabo uma investigação que contempla a utilização de Inteligência Artificial (IA) no diagnóstico.
Em conjunto, o Centro Cirúrgico de Coimbra e a Altice Labs querem atingir a automação do exame e integrar Machine Learning - aplicação de algoritmos através de IA - para uma avaliação de pacientes de risco em fase precoce.
Os primeiros resultados que o estudo apresenta consideram este um meio forte e promissor na deteção do glaucoma, evidenciando que a automação deste serviço possui vários benefícios.
Não existe uma cura para esta doença que resulta de alterações do nervo ótico e só é possível travar o glaucoma quando descoberto nas etapas iniciais. O objetivo da investigação é estender o diagnóstico de previsão de risco à prestação de cuidados adequados. A ideia é atuar ao mínimo sinal de risco.
A introdução de Machine Learning vem preencher as lacunas existentes nos exames realizados atualmente, segundo o estudo da Altice. O diagnóstico clínico encontra-se limitado pela interpretação humana e, consequentemente, pela subjetividade. Assim, a implementação desta tecnologia é feita com o intuito de melhorar os processos de diagnóstico e torná-los mais objetivos.
O glaucoma afeta particularmente pessoas com idades mais avançadas. Pode causar cegueira e quem sofre desta doença visual enfrenta obstáculos nas atividades do seu quotidiano.
Nota-se ainda que o risco de glaucoma é mais comum em algumas etnias e regiões geográficas do que em outras.
O estudo começou em 2020 e apresenta já alguns resultados na prevenção desta doença, mas a investigação continua a decorrer de forma a produzir respostas no tratamento precoce.