O facto de a Covid-19 ser contagiosa antes do aparecimento dos sintomas ajudou a que a transmissão fosse mais fácil.
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Temos hoje capacidade de responder a esta pandemia, enquanto aguardamos por uma vacina ou por notícias sobre imunidade. Precisamos de nos manter atentos, organizados, treinados, prontos para avançar, mas também recuar e reorganizar a qualquer momento. Precisamos de um treino militar, porque é de uma guerra que se trata.
Testar, testar, testar (de forma organizada e priorizada)
Testar muito permite-nos ter um diagnóstico de situação mais realista, identificar os casos positivos, isolá-los, permitir que os serviços de saúde pública identifiquem os contactos e determinem as medidas necessárias para minimizar o risco para a população.
Isolar, isolar, afastar, afastar
Não temos tratamento, não temos fármacos que nos permitam prevenir a doença, não temos imunidade. Vamos mesmo ter de lidar com este vírus cortando a cadeia de transmissão através da modificação de comportamentos e/ou de intervenções não farmacológicas. O distanciamento social, a etiqueta respiratória, a lavagem de mãos, o isolamento e as máscaras vieram para ficar durante muito tempo.
Monitorização
Precisamos de melhorar os nossos sistemas de informação, de forma a conseguirmos perceber, em tempo real, quem está a ser testado, qual o tempo de espera até à realização dos testes e até à disponibilização dos seus resultados, qual a proporção de casos suspeitos positivos para SARS-CoV-2, e também informação sobre os recursos disponíveis: humanos e técnicos (material de proteção, camas, ventiladores...).
Treino, muito treino
Precisamos de aprender com a situação atual e continuar a treinar, sempre, como quem se prepara para uma guerra ou para uma nova catástrofe. A preparação é um fator-chave para o sucesso. Temos que aprender com os militares.
Algum dia voltaremos à normalidade?
Sim, mas lentamente e a uma nova normalidade. Uma normalidade onde o distanciamento social será o padrão. O teletrabalho será uma realidade crescente, as viagens de trabalho serão menos frequentes, o mercado terá de ser reinventado.
Pneumologista