Em 2024, havia 73.194 refugiados e requerentes de asilo em Portugal. Ação em Lisboa mostra vulnerabilidade desta população.
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A ACNUR, agência das Nações Unidas para os refugiados, montou uma tenda familiar no jardim da Rua de Vieira Portuense, em Belém, Lisboa, no interior da qual recriou o ambiente onde vivem as pessoas que andam a fugir da guerra. A iniciativa pretende angariar donativos, através da sensibilização para a “vulnerabilidade extrema” desta população. No final de 2024, havia 73.194 refugiados e requerentes de asilo em Portugal.
Os dados estatísticos da The UN Refugee Agency são avançados por Joana Feliciano, responsável da ACNUR, e reportam-se a 68.612 refugiados, mais de 60 mil dos quais ucranianos, e 2582 requerentes de asilo. Mas, por trás da frieza dos números, encontram-se seres humanos, aos quais são entregues colchões, mantas, kits de cozinha e de higiene, para suprir as suas necessidades básicas, quando chegam a um campo de refugiados.
Como ajudar
Como forma de assinalar o Dia Mundial do Refugiado, Joana Feliciano propõe, assim, uma visita à tenda, entre as 12 e as 19 horas, para as pessoas experienciarem o que significa viver como deslocado ou refugiado. Terão ainda a oportunidade de conhecer a equipa da ACNUR em Portugal, perceber em que consiste o trabalho humanitário, e saber como podem contribuir para apoiar esta população fragilizada.
Criar empatia
“Queremos mostrar aos doadores como garantimos a segurança e o bem-estar imediato das pessoas, num processo de fuga e acolhimento, para que criem mais empatia com esta causa”, adianta ao JN Joana Feliciano. “Será explicado como a sua vida muda quando são desenraizados da sua casa e se veem sem nada, o momento em que lhes estendemos a mão para terem um abrigo, mesmo que não seja o ideal, e o dia a dia num campo de refugiados”.
A ação de sensibilização inclui ainda uma exposição fotográfica, que narrará as histórias e testemunhos de dez refugiados, e as respostas da ACNUR e de parceiros no terreno. “Haverá também uma experiência sensorial que nos aproxima, de uma forma repentina, da realidade abrupta de iniciar um processo de fuga, e o desespero, até que lhes estendemos a mão e damos alguma esperança”, acrescenta Joana Feliciano.
