São 144 os teólogos de Língua Alemã, residentes na Alemanha, Suiça e Áustria, que exigem reformas profundas da Igreja Católica, entre outras, o fim do celibato obrigatório para a ordenação presbiteral, o sacerdócio feminino e a participação popular na eleição de padres e de bispos. O manifesto foi publicado no jornal "Süddeutsche Zeitung".
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A iniciativa não é inédita. Recorda-se que, já em 1989, 220 teólogos, também de Língua Alemã, subscreveram a chamada "Declaração de Colónia", bastante crítica do governo da Igreja exercido pelo Papa João Paulo II. Também não é uma contestação inovadora. Não falta quem, em Igreja, já a tenha feito.
Os teólogos classificam as suas exigências como desafios, sublinhando a "necessidade de estruturas sinodais em todos os níveis da Igreja, bem como a participação dos fiéis na eleição de bispos e de párocos". Pedem uma Igreja mais "aberta, dialogante e samaritana".
Quando trago para aqui a notícia do manifesto daqueles teólogos, não me interessa confessar se o acho ousado ou se apenas reclama mudanças que muitos sentem, mas calam-se para não levantar ondas. O importante é reconhecer que, em Igreja, a unidade não significa uniformidade e é possível construí-la na diversidade.
Nem sempre a dissidência vale menos do que o aplauso acrítico. Muitos gostariam de varrer o pó para debaixo do tapete e fazer de conta que tudo corre bem.
Não estamos em tempo de anátemas, mas de diálogo para que todos possam construir, com amor verdadeiro e com verdade amorosa, a Igreja de Cristo, que deve ser sempre pátria da liberdade, onde todos tenham voz e vez.