É oficial. Após a contagem dos votos dos emigrantes, que deram mais dois deputados ao Chega, o partido de André Ventura passou a ser a segunda força política, com 60 lugares no Parlamento. A AD "roubou" o mandato conquistado pelo PS nas últimas legislativas e conseguiu mais dois deputados, passando a 91.
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Está fechada a contagem dos votos dos emigrantes portugueses espalhados pelo Mundo. No círculo eleitoral da Europa, o Chega conseguiu mais votos do que a coligação PSD-CDS e os socialistas juntos, com 71 990 votos (28,2%), elegendo José Dias Fernandes. A AD ficou em segundo lugar, com 37 406 boletins (14,65%), colocando José Manuel Fernandes no Parlamento, mas por pouco. O PS ficou em terceiro lugar, com 34 574 votos (13,54%), não elegendo qualquer deputado, ao contrário do ano passado.
O partido de André Ventura ganhou nos países com maior emigração portuguesa, como na Suíça, França, Bélgica ou Luxemburgo. Na Europa, os socialistas só ganharam nos países com menos representação de eleitores.
No círculo Fora da Europa, o Chega também ficou à frente dos restantes partidos. Obteve 20 202 votos, o equivalente a 20,78% do total, o que lhe valeu a eleição de Manuel Magno Alves. Com 19 054 votos (19,60%), a AD alcançou a posição, elegendo José Cesário. Os socialistas não foram além dos 13 119 votos (13,5%).
Detalhando os resultados obtidos por este círculo eleitoral, o partido vencedor só ganhou no Brasil. Nos Estados Unidos, em África, no Canadá, na China ou nos restantes países da Ásia e da Oceânia, a AD liderou os votos dos eleitores. Na China, o Chega obteve um dos piores resultados: ficou em 3.º lugar, com 395 votos, atrás da AD (1923 votos) e do PS (1223 votos).
Em ambos os círculos, a quarta força política a ser eleita pelos emigrantes portugueses foi a Iniciativa Liberal, que conquistou 2,53% dos votos no círculo da Europa (6 452 boletins) e 2,12% no círculo Fora da Europa (2 063 votos). O Livre foi o quinto partido mais votado pelos eleitores nacionais espalhados pelo continente europeu e o PAN foi distinguido com a mesma posição no resto do Mundo.
No que diz respeito à percentagem de votantes, no círculo da Europa votaram 26,93% dos eleitores, e no círculo Fora da Europa apenas 16,11%. No total, os votos nulos foram os mais representativos: houve mais de 113 mil boletins enviados ao lixo, o que representou 32,18% da votação dos emigrantes portugueses. Já no ano passado, a percentagem de votos anulados tinha sido de 34%, um valor que o porta-voz da Comissão Nacional de Eleições, André Wemans, atribuiu à ausência de um documento de identificação.
PS à frente do Chega em número de votos
Com os resultados globais finalmente fechados, a coligação da AD venceu as eleições legislativas com 31,21% da votação, traduzida em 1 971 558 votos, e obteve 88 deputados, mais três eleitos na Madeira, onde a coligação ainda incluiu o PPM. O Chega e o Partido Socialista, até agora empatados em número de mandatos atribuídos, passam a ocupar posições diferentes, com 60 e 58 deputados, respetivamente. Porém, os socialistas conseguiram mais 4313 votos do que o partido de André Ventura (1 442 194 votos para o PS e 1 437 881 votos para o Chega).
O Parlamento será composto ainda por nove deputados da Iniciativa Liberal (5,36% da votação), seis do Livre (4,07%), três da CDU (2,91%), um do Bloco de Esquerda (1,99%) e um do Juntos Pelo Povo (0,33%), que elegeu pela primeira vez.