Rastreio à covid-19 pela Administração Regional de Saúde também abrange funcionários das transportadoras. Objetivo é "assegurar um processo de desconfinamento seguro".
Corpo do artigo
Centenas de taxistas e motoristas e funcionários das empresas de transportes públicos estão a ser testados pela Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN). Como estão em contacto regular com o público, correm um maior risco de contrair covid-19. Até então, já foram rastreados os profissionais da Metro do Porto e os colaboradores de empresas associadas, bem como os funcionários da Transportes Espírito Santo, sediada em Gaia. Também terminou ontem o rastreio aos taxistas da região do Grande Porto.
A operação decorre no antigo parque de recolha da STCP, em Campanhã. Seguem-se, a partir de hoje, os trabalhadores da CP. O JN apurou que os restantes profissionais das empresas de transporte rodoviário também deverão ser testados. O objetivo é "assegurar um processo de desconfinamento seguro", através do desenvolvimento de "modelos operacionais de rastreio da covid-19 em contexto ocupacional. As iniciativas-piloto permitiram constituir uma equipa com capacidade para se deslocar a qualquer local da Região Norte e operacionalizar um rastreio, que seja justificável face à evolução da situação epidemiológica", explicou a ARSN.
Táxis com autocolantes
Para a Federação Portuguesa do Táxi, os rastreios trazem uma segurança acrescida "aos profissionais do setor e aos clientes. Os motoristas que fazem teste recebem um autocolante a dizer que foram testados. É um selo de garantia", contou o presidente. Carlos Ramos defende a realização regular do rastreio e a extensão da iniciativa ao país. Só no Norte, a federação enviou mensagens a cerca de 900 profissionais a alertar para a importância da participação dos sócios. "Aplaudimos a iniciativa. Está a ter uma boa adesão dos taxistas", garantiu Carlos Ramos.
Na Metro do Porto e na Via Porto, não foram detetados casos positivos entre os 436 testes rápidos. Fonte da Metro dá conta que o rastreio, realizado entre os dias 30 e 31 de março, incidiu sobre os quadros da empresa, incluindo os colaboradores da manutenção e os agentes de estação e de condução.
Também a Transportes Espírito Santo não registou casos positivos. O rastreio abrangeu cerca de 100 profissionais, entre motoristas, funcionários de bilheteira, trabalhadores da manutenção e administrativos. Os testes foram feitos num dia. "Ao fim de duas horas, já estávamos a receber o resultado do teste. Também houve, da parte da ARSN, uma validação das nossas condições de higiene. Enquanto não há vacina, há rastreios. Pelo menos tranquiliza-nos", disse Luís Espírito Santo, administrador da operadora.
BALANÇO
Internamentos e mortes aumentam em dia com 602 casos
Subiu o número de vítimas mortais provocadas pela covid-19, bem como os utentes internados em hospitais. Portugal somava ontem mais nove mortes (o triplo face a anteontem) e 602 casos positivos, elevando para 825 633 o total de infeções confirmadas desde março do ano passado. O boletim da Direção-Geral da Saúde aponta para mais 601 doentes recuperados.
A região de Lisboa e Vale do Tejo continua a registar mais casos (229), seguindo-se o Norte (189) e o Centro (64) do país. A grande maioria de casos verifica-se nas faixas etárias entre os 20 e os 49 anos. Em pessoas com mais de 70 anos, só se registaram 56 casos de infeção, tantos como em crianças até aos nove.
Em crescente está ainda o número de internados. Depois de anteontem o país ter registado o valor mais baixo desde 19 de setembro, o relatório de ontem da Direção-Geral da Saúde inverteu o quadro: havia mais sete internados, perfazendo um total de 495, 122 dos quais em unidades de cuidados intensivos.